Uma das vantagens do passado era a abundância de tempo. Pensei nisso ao folhear um dos vários álbuns de recortes de coisas da família, onde topei com cartas que o tio Alberto, bibliófilo e gastrónomo de São Pedro dos Arcos, enviava regularmente aos jornais da Galiza a pronunciar-se sobre a qualidade das ostras de Ribadeo ou de Corcubión, ou aos três periódicos do Porto – em simultâneo – queixando-se do abandono das estradas de Paredes de Coura ou de Ponte de Lima. Isso acontecia, lembrava a Tia Benedita, porque “ele tinha tempo”. Não só: as cartas dos leitores também eram lidas, além de serem escritas por pessoas quezilentas e metediças que faziam reparos sobre um título académico, uma viagem pelas colónias, a data de uma batalha, a localização de um edifício, a necessidade de um chafariz ou o sermão de um bispo. Era na altura em que os bispos faziam sermões de boa sintaxe.
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