A onda de calor parece ter amainado. Dona Elaine, a governanta deste eremitério de Moledo, fez as suas orações por causa dos incêndios e olha frequentemente para as serranias em volta, tremendo um cataclismo na Serra d’Arga onde, no ano passado, fomos fazer um breve piquenique entre o miradouro e o Santuário da Senhora do Minho. A cerimónia dos piqueniques recorda-me sempre Dona Ester, minha mãe, que periodicamente obrigava o velho Doutor Homem, meu pai, a guiar-nos pelas alturas de Ponte de Lima ou num certo abrigo da praia de Afife, para que pudéssemos banquetear-nos ao ar livre. A Tia Benedita, a matriarca da família, juntou-se a nós algumas vezes, quando visitávamos o Tio Alberto, gastrónomo e bibliófilo de São Pedro de Arcos – que achava que não havia nada mais campestre do que o jardim da sua casa, onde havia menos mosquitos. Esses eram os piqueniques que o velho Doutor Homem, meu pai, mais apreciava, porque podia recolher-se sob o alpendre, a dormitar ou a fumar um charuto ‘Condal n.º 1’, enquanto a família fingia comungar com a Natureza e absorver as respectivas vitaminas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Contra todas as evidências, o mundo continua a interessar-me.
Tanto produzia catástrofes como pantomineiros.
A lareira só se acende nas vésperas do Natal.
Com um humor finíssimo e sem amargura.
Extasiou-se com as notícias do roubo das jóias de Eugénia de Montijo em plena luz do dia parisiense.
Tirando a internet, na verdade não aprendemos nada de novo
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos