O Verão foi sempre apreciado por Dona Ester, minha mãe. Ela achava que as canículas da tarde e as brisas do crepúsculo correspondiam a uma espécie de sanatório de que podíamos aproveitar as benesses sem onerar a disciplinada bolsa da família. Iodo, sal, água fria, merendas – tal era a posologia desse tratamento a que submetia os filhos, enquanto o velho Doutor Homem, meu pai, se refugiava na penumbra do casarão de Ponte de Lima, a ler genealogias e a ouvir ópera. Já o meu avô, administrador de quintas do Douro, sofria amargamente com o Verão. Tendo de viajar por aqueles alcantilados de vinhas e rochas sombrias, era uma vítima do calor inclemente que varria o mapa da região. Dois ou três dias depois de embarcar de comboio na estação de São Bento, carregado de pastas de contabilidade, chegava a Barca d'Alva, que era o epicentro de um inferno sem amenidades, onde mantinha o ritual das conversações crepusculares com Guerra Junqueiro, o poeta da Quinta da Batoca – e uma semana depois regressava a São Bento, agora carregado de cabazes de fruta e de colheitas de vinho do ano passado.
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