Em consideração pelo resto do clã, que era numeroso e mal-comportado, o velho Doutor Homem, meu pai, limitava-se a “deixar passar o Natal”. Eu sou da época em que o Natal nos redimia com o seu mundo de presépios, sensibilidade infantil, histórias de reis magos e o nascimento do Menino. Quando, falhando a fé religiosa e as tradições antigas que lhe estão associadas, se começou a falar do Natal como “a festa da família”, o velho causídico desmoralizou. Tal como a Tia Benedita, ele preferia que a família se reunisse em pleno Verão e no casarão de granito de Ponte de Lima, entre chorões e canteiros de lírios, do que jantar já em pleno Inverno, a uma mesa cheia e palradora. Não deixava de ser agradável, evidentemente, mas não lhe merecia comoção bastante.
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A loiça mantém-se, mas o tom cerimonioso desapareceu.
Contra todas as evidências, o mundo continua a interessar-me.
Tanto produzia catástrofes como pantomineiros.
A lareira só se acende nas vésperas do Natal.
Com um humor finíssimo e sem amargura.
Extasiou-se com as notícias do roubo das jóias de Eugénia de Montijo em plena luz do dia parisiense.
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