Em momentos de extrema vaidade, que ocorrem de vez em quando, penso que talvez tivesse gostado de me dedicar à arte da biografia. Faltam-me o espírito de curiosidade do velho Doutor Homem, meu pai, o gosto pelas história de genealogia, e o talento que na família me foi distribuído com certa avareza. Se me perguntassem de quem gostaria de ter sido biógrafo eu teria escolhido (dado que o meu pai não tem biografia) dois personagens que marcaram a minha vida como cometas que arrastaram consigo uma poeira de génio e de singularidade, e ambos da minha família: o Tio Alberto, bibliófilo de S. Pedro dos Arcos, aventureiro, jurista irregular e gastrónomo; e a Tia Benedita, que não deixou obra, não deixou seguidores, não deixou nada de seu senão a memória de uma existência limiana, consagrada a prolongar o brio do ramo verdadeiramente ultramontano da família. Derradeira matriarca dos Homem, cumpriu um destino silencioso, mantendo – com um humor finíssimo e sem amargura – as excentricidades de há dois séculos, que ela sabia estarem definitivamente fora de moda mas que alguém tinha de fingir estarem vivas.
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Com um humor finíssimo e sem amargura.
Extasiou-se com as notícias do roubo das jóias de Eugénia de Montijo em plena luz do dia parisiense.
Tirando a internet, na verdade não aprendemos nada de novo
Eu não discuto porque ela vê muitos debates pela televisão.
A fotografia do caçador de borboletas ainda existe.
Havia na sua índole de céptico um certo exagero, uma questão de estilo, um modo de ser
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