Ao contrário do que aconteceu em Paris ou Londres, a década de sessenta em Ponte de Lima, não foi muito cosmopolita. Instalada naquela vila rodeada de vestígios arqueológicos, prados nas colinas e arvoredos pimpões nos picos das serras, a Tia Benedita, que só conheceu a minissaia por ouvir dizer, ignorou os grandes progressos da Humanidade durante esse período, convencida de que a leitura da ‘Jours de France’ era o suficiente para conhecer o mundo que vibrava para além dos Pirenéus. Não era. Até ao fim da vida, a matriarca miguelista dos Homem continuou a ser um modelo de severidade e obstinação, o que em parte se devia à sua ignorância acerca do resto do mundo, que lhe não fazia falta porque acreditava que para lá das fronteiras naturais do Alto Minho a Humanidade estava poluída de devassidão e más ideias. No fundo, era a doutrina oficial da família, o que não significava que a família se orientava pelo catecismo. Pelo contrário, prezava os seus vícios.
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