Em 1963, o filósofo francês Jean-Marie Domenach escreveu ‘O Retorno do Trágico’; hoje escreveria ‘O Retorno da Culpa’. Não da culpa como elemento de civilização (porque sem o sentimento de culpa seríamos selvagens sem remorso), mas da culpa como instrumento de ataque público e maneira mais rápida de banalizar a agressividade. Ainda não havia certeza sobre o número de mortos na Calçada da Glória e o essencial das televisões não era explicar a tragédia, falar sobre as vítimas, mostrar como funciona o elétrico da Carris, mas estabelecer uma cadeia de culpa. O Presidente pediu que o caso fosse “rapidamente esclarecido” - como é o seu hábito, antes de chegar a nuvem do esquecimento; vozes do povo, aqui e ali, indignavam-se com a falta de resposta rápida (o que não foi verdade) e com “o terceiro mundo”; os fedelhos dos aparelhos partidários tiveram por sua conta os ataques soezes em tempo de campanha eleitoral. Nada disto é novo no palco das tragédias - mas a velocidade é estúpida.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
"Sócrates não faliu apenas o País. Sócrates roubou o País."
"Sócrates montou um espetáculo deprimente, que parece querer arrastar até ao fim".
"O Presidente não resistiu a fazer de comentador, o que lhe está na massa do sangue".
"O problema é o mais importante enquanto duram as chamas. Depois volta o abandono."
Não são jornalistas quem decide deixar-se fotografar no Algarve com o país a arder.
A lei é importante ao dispor de benefícios fiscais, mas sem o interesse decidido de particulares, da banca, de fundações e de indústrias.
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos