Carlos Anjos
Presidente da Comissão de Proteção de Vítimas de CrimesTemos presenciado um aumento nos crimes contra idosos. Só na área de intervenção da GNR, entre janeiro de 2022 e julho de 2024, regista-se um aumento de quase 10%, totalizando 5200 crimes. Os idosos acabam por ser vítimas perfeitas porque muitos deles vivem sozinhos, tendo, por isso, menos capacidade de resistência, algumas limitações físicas, financeiras, o que os tornam alvos fáceis. Mas o problema agrava-se muito, porque, em muitos casos, os seus algozes fazem parte do seu círculo íntimo, sendo seus familiares, na maioria dos casos filhos e netos, que os humilham, maltratam e agridem, apenas para lhe ficarem com os seus parcos bens, bem como as suas reformas, para sustentar as suas próprias vidas, havendo mesmo casos de filhos que retiram os pais de lares, levando-os para as suas casas para lhe ficarem com as suas reformas. Noutros casos, filhos, netos e sobrinhos extorquem os idosos, querendo dinheiro para manterem as suas dependências, quer de álcool, quer de drogas. Mas qual a razão para pôr fim a este flagelo? O amor que os idosos têm pelos agressores, que os impedem de se queixar, preferindo uma vida de sofrimento, a verem os seus filhos e netos serem punidos. Foi o que aconteceu na sexta-feira passada em Peniche, onde um jovem matou a tia, para a roubar.
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