Não há género cinematográfico que me seja mais familiar do que o western. Felizmente, em defesa da minha inocência perdida, foi só no fim da adolescência que comecei a chamar “género cinematográfico” e “western” aos filmes de cowboys e para que essa transformação revolucionária na minha vida se desse tive de ir estudar a matéria, o que me encantou. Até lá limitei-me a crescer a ver coboiadas. Antigamente a televisão passava muitas coboiadas e eu lembro-me de as ver ao lado do meu pai desde o tempo em que ele me lia as legendas em voz alta. Já estão a ver o quão antigamente isto foi. Mais tarde, nas férias de verão, vi dúzias e dúzias de coboiadas no Cinema Charlot em Paço de Arcos no tempo em que não havia vilarejo em Portugal que não tivesse uma sala de cinema, privilégios do terceiro quartel do século XX. Quando me chegou a idade de me interessar academicamente pelo assunto já o género tinha entrado em decadência. Eu conhecia bem o género embora não fizesse distinção entre os grandes e os pequenos westerns. Lembrava-me, isso sim, de coboiadas tão más, tão más que davam vontade de rir e de coboiadas tão boas, tão boas, que davam vontade de chorar, mas nada sabia do nome dos artistas e dos seus autores.
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