Discute-se se Brahimi estava fora de jogo por causa de um sinal na ponta do nariz, discute-se se o Sporting não tinha uma estrutura capaz de tirar fotos ao preparador físico do Benfica – hoje com Jorge Jesus no Sporting – a levar a mala, discute-se os recados das mulheres do capitão e do presidente do FC Porto, não se discute se Renato Sanches viu entrar um cisco no olho do árbitro no Restelo e vê-se Jérôme Champagne, candidato à presidência da FIFA, dizer que "Figo foi armado pela UEFA para atacar Blatter". Mas não se ouve os clubes interrogarem-se sobre a falta de árbitros com classe, nem com o dinheiro a injetar na II Liga.
A entrada de capital dito chinês não salva os clubes, e os sinais, cada vez mais evidentes e preocupantes, são ignorados. Portugal, ainda por cima, está referenciado como país de risco no fenómeno das apostas, a mais séria ameaça ao futebol. Os agentes desportivos não parecem minimamente preocupados com o flagelo, com o dinheiro sem controlo, com o crime que toma conta do jogo, que manipula os resultados. Os homens do futebol não perguntam se, pelo meio, há mortes, se as máfias estão envolvidas.
Os homens do futebol chutam para o lado, mas o Estado, que são esses e os outros homens, não pode fazer que não vê – tem de escrutinar a entrada de investidores na indústria. Se não o fizer, estará a escancarar a porta ao crime, estará a fomentar a vinda de charters apinhados de criminosos.
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