Por um voto se ganha, por um voto se perde, é esta a lógica e a essência da Democracia, o Poder sujeito à vontade popular. Foi uma luta dura, a que Lula e Bolsonaro travaram ao longo das últimas semanas, com muitos insultos e poucas ideias, onde o passado de um e outro falou mais alto do que o povo brasileiro gostaria de ouvir, mais interessado certamente no que o futuro lhe reserva.
Mas a escolha está feita, mesmo que a vitória do deus Lula sobre o diabo Jair se tenha limitado a menos de 1%.
Não vejo em Lula o salvador da pátria, longe disso, o seu percurso nos últimos anos não é um grande cartão de visita, mas o povo gosta dele, confia nele, acredita na sua capacidade de liderança e, sobretudo, que é capaz de melhorar as suas vidas, honrado o lema da bandeira a que jura fidelidade, "ordem e progresso".
Num país partido ao meio, o maior desafio que enfrenta neste momento, porventura o mais difícil, é a reconciliação entre vencedores e vencidos, entre lulistas e bolsonaristas. E é aqui que entra Jair Bolsonaro.
A demora incompreensível em aceitar os resultados eleitorais não abona a seu favor, fomentando um clima de tensão e guerra, que está a incendiar o país. Tudo o que os brasileiros não precisam. Na política, como na vida, umas vezes perde-se, outras ganha-se. E saber perder é tão importante como saber ganhar.
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Assim sendo, resta esperar que daqui a quatro anos um Iúri Leitão salve a honra do convento em cima da linha de meta.