Se Aníbal Cavaco Silva procura apoiar Luís Montenegro, tanto quanto dizem alguns testemunhos do próprio em aparições públicas e algumas informações que vão circulando, poderá informá-lo do que não lhe aconteceu com o X Governo Constitucional entre 1985 e 87, o que está a acontecer agora com o Governo de Luís Montenegro. A oposição pode ter-se juntado em matérias, no geral, mais secundárias e ter contrariado a posição do Governo de então nalguns temas pouco relevantes. Mas aqui, no espaço de poucos dias, estamos a falar de matéria de impostos, nomeadamente de impostos sobre o rendimento do trabalho e de portagens nas Scut e, portanto, receitas orçamentais. O Partido Socialista e o Chega podem confirmar ou desmentir, mas o que importa é falar de factos. E, factualmente, a verdade é que votaram em conjunto contra o Governo. Vão existindo outros sinais, de que se falará a seu tempo, sobre essa convergência objetiva. Ideologicamente, nada têm que ver uns com os outros, mas também quando António Guterres era primeiro-ministro nada tinha que ver com o CDS de Manuel Monteiro, que o PS dizia que era profundamente reacionário e direitista, e, no entanto, Guterres encontrava-se com Manuel Monteiro para acertarem a viabilização de um orçamento de estado. Voltando a este Parlamento, as portas que foram abertas com estas duas votações rapidamente se transformam em alamedas por onde pode passar a ação de uma oposição sem receio de uma crise. Diz-se que o novo Primeiro-Ministro pretende eleições, mas é bom lembrar que nos primeiros 6 meses da Legislatura isso não pode acontecer. Por isso, pelo menos até outubro, não poderá haver dissolução e, portanto, até janeiro, não poderão ocorrer novas eleições. Ou seja, este governo estará em funções, pelo menos até março. Poderia o Governo cair antes e o Presidente da República nomear um novo Primeiro-Ministro, mas aí seria um cenário mais complicado, porque, salvo acordo com o Chega, esse governo não passaria no Parlamento e ficaria o PS em gestão até ao ato eleitoral. Lembremo-nos que existirão regionais na Madeira, no próximo dia 26 de maio, e aí poderemos ter uma aferição do sentido em que sopram os ventos dominantes. Mas que as gaivotas estão a vir para terra, tenho ideia que sim, e cada vez em maior número.
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Na atual campanha presidencial, quem equaciona temas relevantes? Quase ninguém. Deus nos proteja.
Será crime público? Não interessa. Foi a esquerda que errou? Acontece.
Antes ser uma Ilha do que depender de Lisboa em quase tudo
Os preconceitos ideológicos têm de ser postos de lado. Os seguros de Saúde têm de ser generalizados.
Mais uma vez, as tais semelhanças. Muitas vezes não olharam como deviam para Cavaco Silva.
Quando parte alguém relevante numa comunidade, a História agita-se sobre a atenção que merecerá.
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