page view
Tânia Laranjo

Tânia Laranjo

Jornalista

Justiça perigosa

31 de dezembro de 2025 às 00:30

Um militar barricou-se num posto da GNR. Não aceitava ser preso, não aceitava cumprir os treze anos que a Justiça determinou. Já isto seria grave. Mas há um detalhe que pesa mais: este homem estava em funções. Continuava a ser militar, a vestir a farda e a servir o País, como se a sentença fosse um parecer facultativo. Parece anedota de mau gosto, mas não é humor - é lentidão. Lentidão de uma Justiça disciplinar que caminha atrás da realidade, sempre a recuperar fôlego, a chegar depois. Uma Justiça que condena, mas não afasta; que decide, mas não executa; que proclama autoridade enquanto permite a sua própria erosão. Quando um condenado continua armado de legitimidade institucional, a questão já não é apenas legal. É simbólica. O Estado hesita, e nessa hesitação perde-se algo essencial: a ideia de que a lei não é decorativa. Porque a Justiça que tarda não é apenas injusta - é perigosa. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Justiça perigosa

O Estado hesita, e nessa hesitação perde-se algo essencial: a ideia de que a lei não é decorativa. Porque a Justiça que tarda não é apenas injusta - é perigosa.

Violência doméstica

Enquanto o debate público insistir na culpa da vítima e não na responsabilidade coletiva, continuaremos a falhar - às mulheres, às crianças e à própria ideia de justiça.

Escrutínio é fundamental

Quando estão em causa políticos, a prioridade deveria ser sempre a clareza, a confiança e a responsabilização.

O Correio da Manhã para quem quer MAIS

Icon sem limites

Sem
Limites

Icon Sem pop ups

Sem
POP-UPS

icon ofertas e descontos

Ofertas e
Descontos

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8