Datas, histórias e baldrocas

Todas as datas têm uma história, a começar pela do dia de nascimento de cada um. Quanto a datas na toponímia, isso baralha muita gente. Pergunte-se aos portugueses o que foi o 24 de Julho. A maioria apontará uma conhecida avenida de Lisboa. Pois! Mas que história essa data conta? Pergunta difícil num país onde nem os mais velhos sabem bem o que foi o Primeiro de Dezembro, dia de 1640 em que se restaurou a independência face aos castelhanos. Por estes dias em que se polemiza sobre o 25 de Novembro e a sua importância, a discussão não atinge os mais jovens. Muitos têm uma vaga ideia do que foi o 25 de Abril e o 25 de Novembro, sem feriado, é mais uma data meio nublosa que se esvai. Em nome da memória, o 24 de Julho de 1833 respeita a uma guerra e comemora um feito dos vencedores. É a data em que as tropas liberais entram em Lisboa e vencem as hostes miguelistas. Um ponto de viragem na guerra civil. Também em Maputo existe uma avenida 24 de Julho, o dia de 1875 em que é fundada a vila de Lourenço Marques. É a única artéria da capital moçambicana que não mudou de nome após a independência, por insistência do Presidente Samora. Mas mudou o significado. 24 de julho de 1975 é a data em que se comemora o Dia das Nacionalizações em todo o país. Poucos moçambicanos de hoje sabem da história.