Os portugueses levam a sério a espertalhaça expressão popular de que "em terra de cegos quem tem um olho é rei". Agarrado ao ecrã, Luís segue com atenção os debates entre candidatos presidenciais. "Pois! Em terra de cegos..." Manhoso, Luís foi desde criança useiro e vezeiro em tirar vantagem de esquemas ditos democráticos. E vem-lhe à memória o processo de eleição para chefe de turma no liceu, nos tempos bafientos dos anos 60. Uma professora corajosa decide que as eleições vão ser por voto secreto. O mais votado é eleito chefe de turma, o segundo sub-chefe e o terceiro, inovadora invenção, é empossado como fiscal de higiene, cargo que lhe dá o incómodo poder de mandar os colegas limpar o quadro ou recolher os papéis do chão. Luís inicia discretamente a campanha eleitoral. À boca pequena, promete mundos, fundos e poderes menores aos colegas que votem nele. Na imensa turma de 36 alunos, seduz muitos deles para a sua hoste. Chefe de turma é um cargo de prestígio, sobretudo junto das turmas femininas, acantonadas do outro lado do espaço liceal. Todos namoriscam à socapa nos intervalos ou nas matinés dançantes organizadas por professores iniciados em novas pedagogias. Os chefes de turma são dos mais requisitados. Luís faz contas e esfrega as mãos. A eleição está no papo!
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Em terra de cegos e chico-espertos…
Ao qu'isto chegou! A saúde anda toda baralhada.
Falta de psicólogos é problema crítico.
Vai ser uma lua-de-mel em grande!
"Reconstruir isto vai render biliões!"
Reivindicações para todos os gostos.
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos