O Governo lançou finalmente uma aplicação móvel que permite a qualquer portador de telemóvel inteligente aferir do grau de exposição à Covid-19 por via da proximidade que teve com um infetado. Foi decidido dar um toque de modernidade e chamou-se à app ‘StayAway’, que é como quem diz em português qualquer coisa do tipo ‘Fique Longe’. Apesar de ter nome inglês, a app só tem versão em português. Em Espanha, onde o modernismo bacoco não se sobrepõe nem à defesa da língua, nem à eficácia comunicacional com quem não é multilingue, uma app idêntica chama-se ‘Radar Covid’ e pode ser usada em castelhano, catalão e, obviamente, inglês. A opção linguística não é a única limitação desta app. António Costa até pode dizer, como ontem, que instalar a ‘Stay Away’ “é um dever cívico”. Pode ser, mas uma aplicação que assenta no voluntarismo de infetados para monitorização pandémica arrisca-se a transformar o civismo numa nulidade. Vejamos: O doente é convidado, mas não obrigado, a introduzir um código na app e é a partir deste procedimento voluntário que se mede a eficácia do sistema. Quantos menos códigos forem injectados, menos eficaz será a app, podendo mesmo ser simplesmente inútil. Percebem-se e exigem-se ferramentas de proteção de privacidade, mas numa situação de saúde pública como a que vivemos, ou criamos mecanismos eficazes que ajudem a proteger da pandemia ou o dinheiro gasto nesta tecnologia terá sido em vão. Como referem responsáveis da D3, associação de direitos digitais, a aplicação “abre um grave precedente” quando dá à Google ou à Apple (em cujas lojas se descarrega a ‘StayAway’) um “papel central na definição de protocolos de saúde pública” já que recorre a componentes dos sistemas operativos proprietários e controlados pelos dois gigantes tecnológicos. E isso não é bom. Ou, como diria o Governo, ‘NotCool’.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Por Carlos Rodrigues
Juíza empurrou defesa de Sócrates para episódio caricato.
Na sexta estrofe do Canto I de Os Lusíadas, Camões resume os cinco pilares da missão das Forças Armadas.
Na Justiça, só falta ver os processos a morrer de paralisia em ambulâncias, a caminho das urgências!
Cartas dos escritores são uma fonte de felicidade para os seus melhores leitores.
O que Campos e Cunha contou foi a história de um país à beira da desgraça.
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos