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Paulo João Santos

Paulo João Santos

Jornalista

A caminho do deserto

24 de fevereiro de 2022 às 00:32

Não deixa de ser irónico que um País com mais de 900 quilómetros de costa marítima lute com falta de água. Segundo os últimos dados oficiais, mais de 90% do território continental encontra-se em seca severa. Há rios que viraram riachos e barragens que se assemelham a represas. Um cenário desolador, de Norte a Sul, que ameaça o mundo rural, o abastecimento de água às populações e a produção de energia, com tudo o que isso significa do ponto de vista social e económico.

A situação é grave, as perspetivas dramáticas. A precipitação prevista para os próximos dias em algumas zonas do País não terá efeitos práticos. Uns pingos, apenas.

O Governo dá sinais de que está atento ao problema e deixa entender que tomará medidas nos próximos dias. Acontece que qualquer plano de combate à seca já vem tarde. O que está pensado - um corte aqui, uma restrição acolá - já deveria estar em execução há muito tempo. Os alertas do IPMA têm sido constantes, há várias semanas que todos perceberam a tragédia que se avizinha: não chove, não há água, qual é a dúvida, estamos à espera de quê? O ministro do Ambiente diz que a situação é conjuntural e que Portugal tem água para dois anos. Estamos entendidos. Quando a água deixar de correr nas torneiras é o salve-se quem puder.

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