O caleidoscópio político dos últimos dias tem sido fascinante. Falou-se de fugas de informação, de amuos e de galhos (coisa de macacos). As metáforas, aliás, invadiram o campo da política, abandonando o território tradicional da poesia e da literatura. Falou-se de futebolistas fora dos seus lugares, avançados à baliza e guarda-redes a marcar golos. Traçaram-se as linhas vermelhas entre fazedores e comentadores, como quem diz que há uns que falam, falam, falam, mas não dizem nada. E muito menos fazem alguma coisa de jeito. Responde-se às críticas com mais críticas e conversa de café sobre o braço de ferro em curso, há demasiado tempo, entre o professor e o aluno. A bolha política expande-se até níveis quase infinitos, com horas e horas de comentariado televisivo, imitando o modelo centrado nos falhanços do VAR e nos mergulhos do Taremi. Não adianta protestar. Não parecendo, somos todos quase tão tremendistas como espanhóis ou italianos. Todos os dias destruímos e reconstruímos modelos de convivência centrada na opacidade, na ambivalência, no cinismo, na inveja e na deslealdade. Todos os dias centramos o assunto nas coisas da vidinha e na frivolidade do entretenimento, raramente no País, no futuro, numa sociedade mais aberta e tolerante. Todos os dias chafurdamos no incompreensível maniqueísmo. Afinal, mudar para quê, quando o exemplo vem de cima?!
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