Os arautos da luta contra o tenebroso Ministério Público são pessoas cheias de certezas. Infalíveis. É certo que alguns são um pouco tontos. Não lhes é exigível grande coerência. Outros, pelo contrário, têm estudos. Sabem, de certeza juramentada, que o tenebroso Ministério Público entregou as escutas de Costa à não menos tenebrosa revista ‘Sábado’, pertencente ao maquiavélico grupo Medialivre. No subtexto íntimo que praticam é simples: uns e outros são faces ocultas da extrema-direita que pratica diariamente o desporto de demolir as instituições. É o que lhes interessa projetar na esfera pública. A verdade não é coisa sua. Embora não se vislumbre o interesse do tenebroso Ministério Público em ver-se envolvido em mais uma polémica, os ditos arautos têm a certeza absoluta do nexo de conveniências em causa. Devem ter visto um procurador e um jornalista escondidos numa esquina qualquer a trocar papéis. Os defensores da presunção de inocência, dos direitos humanos, só praticam a dias pares e em função de certos agentes. Aos outros, aplica-se a presunção de culpabilidade, ao jeito da velha síntese de Almeida Santos: aos amigos, tudo, aos inimigos, nada, aos outros, aplique-se a lei. Fora disto e lembrando o que disse o DCIAP sobre o acesso aos autos, talvez lhes fosse desagradável descobrir a verdade. Uma verdade inconveniente para as suas campanhas por uma justiça de classe e privilégio. E, já agora, por uma comunicação social domesticada.
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