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Eduardo Dâmaso

Eduardo Dâmaso

Jornalista

Um facto impertinente

14 de outubro de 2025 às 00:31

A síntese política das autárquicas é simples. O PSD é o vencedor indiscutível. Montenegro, ao ganhá-las, enquanto primeiro-ministro, repete uma proeza só alcançada por Cavaco e Costa. O PS aguenta-se, trava os piores cenários e ganha tempo. A CDU perde votos e câmaras, o CDS resiste, BE, IL e Livre continuam insignificantes. O grande derrotado foi o Chega, que fica longe das fasquias colocadas por Ventura. O sistema político nascido no 25 de Abril de 1974 respirou de alívio e mostrou-se bem vivo. Estes resultados, porém, não evitam outras leituras menos à superfície. O PS continua a necessitar de modernizar o seu programa político, renovar protagonistas e canais de comunicação com alguns dos setores mais dinâmicos da sociedade. Se não o fizer, não só o PSD permanecerá hegemónico em todas as frentes como o Chega continuará a ter hipóteses de crescer. Sobre isso, aliás, diga-se que a fragorosa derrota de Ventura não ilude um facto impertinente, digamos assim. O Chega perde, mas consegue dar um passo, ainda que minúsculo, na consolidação de uma estrutura partidária nacional. Vai ter câmaras, dezenas de autarcas, influenciar a governação de muitos municípios e, com isso, estoirar todas as linhas vermelhas, com todos os partidos que necessitarem de apoio. Se isso não é uma ‘normalização’, não sei o que será. 

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