Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoOs Orçamentos do Estado, documentos importantes para a gestão do País e que afetam decisivamente a nossa vida, são elaborados sempre com uma grande dose de malabarismo político. Por isso num tempo de vacas gordas de receitas orçamentais, graças a um nível recorde de emprego, é fácil acenar com a promessa de baixa do IRS, o imposto mais visível para os cidadãos, que notam o peso no recibo ordenado ou na pensão e no acerto anual de contas com o fisco. Baixa o IRS em poucos punhados de euros, mas vamos pagar mais impostos à moda portuguesa, indiretos e que não se notam tanto na carteira e por isso são politicamente mais fáceis de aplicar. Tabaco e açúcar são vícios castigados, assim como os combustíveis, que estão a ficar na lista negra por causa do combate às alterações climáticas. O problema é que a economia depende do diesel, não há camiões elétricos e agravamento dos custos também se nota no bolso dos produtos que compramos. Como gostam de dizer muitos economistas "não há almoços grátis" e o aumento da despesa implica aumento de impostos.
As despesas do Estado tendem a aumentar e além da subida estrutural provocada por medidas já em vigor, como a progressão das carreiras e de outras tantas medidas, há as novas exigências como a despesa militar que dispara por força da nova ordem geopolítica e dos compromissos assumidos por Portugal. Num País cada vez mais envelhecido que tenderá nos próximos anos a sofrer um agravamento da pressão de saúde e de proteção social, este caminho de empurrar os problemas com a barriga acabará num beco sem saída de futuras crises orçamentais. A dívida pública mantém um nível de descida em percentagem do PIB, mas o custo dos juros no próximo ano é quase de 20 milhões de euros por dia. Com tamanha despesa, os contribuintes estão condenados a pagar uma pesada carga. Não há milagres.
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