O procurador Rosário Teixeira, titular da ‘Operação Marquês’, ‘Furacão’, entre outras, explicou bem, na SIC, o que está em causa nas críticas que são feitas ao Ministério Público, por um setor minoritário da sociedade mas muito influente nos media e na política. Com humildade democrática, Rosário Teixeira fez o que a procuradora-geral e o diretor do DCIAP, de quem já ninguém lembra o nome, há muito deveriam ter feito: dado a cara e explicações simples e diretas. Rosário explicou, dentro dos limites da lei, que o MP tem um estatuto legal e constitucional, que a investigação criminal deve ser conduzida sem olhar a quem, que o debate sobre as escutas é falacioso, sem prejuízo de o regime poder ser aperfeiçoado. Na verdade, ninguém se incomoda se os processos de terrorismo, crime organizado e tráfico de droga exigem escutas que, em contínuo ou interpoladamente, são feitas anos a fio. O problema está nos dois ou três processos que envolvem políticos, ou gente em relação à qual os críticos do MP acham que deve bastar a mera presunção de que estão acima de qualquer suspeita. Presume-se que não praticam crimes porque são ‘gente de bem’, portanto, não há problema nenhum. Na verdade, esta lógica é irresistível. Se é para isso, para que precisamos de um Estado de direito? Basta que os doutores Rio, Proença e respetivos ajudantes declarem a sua justiça e dormimos todos descansados.
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