A morte de Francisco deixa a Igreja num dilema: continuar a linha reformista ou regressar às origens. A resposta não é fácil, nem sequer encontrar um ponto de equilíbrio. Se faz sentido a Igreja adaptar-se aos ventos de mudança que emanam da sociedade, também é verdade que a instituição corre o risco de se banalizar e transformar noutra coisa. Pese embora o Santo Padre tenha tido o cuidado de acautelar o futuro, nomeando mais de 100 cardeais da sua confiança, a catadupa de nomes de possíveis sucessores está longe de responder à questão. Não se vislumbra no Conclave ninguém com a sua capacidade transformadora e, sobretudo, mobilizadora, nem com o perfil do seu antecessor, o grande teólogo Bento XVI, com uma visão oposta à do Papa argentino. A maioria dos nomes diz pouco ou nada aos católicos, a não ser os que são próximos, no nosso caso os portugueses.
Quem sairá vencedor dos jogos de poder que, por estes dias, decorrem nos bastidores do Vaticano é, pois, a grande incógnita nesta altura. E, maior ainda, se o Conclave tiver em atenção os sinais que chegam do exterior, com as forças políticas e partidos mais conservadores a conquistarem cada vez mais aderentes e a assumirem mesmo, nalguns casos, a liderança dos seus povos, como em Itália e nos EUA, precisamente os países com maior número de cardeais eleitores. Resta esperar pelo fumo branco para saber se há um regresso ao futuro ou se há um regresso ao passado.
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