Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoEntramos no outono e no horizonte económico surgem nuvens negras. O crescimento do PIB (produto interno bruto, que mede a riqueza gerada no País) não passa do ritmo de caracol. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) cortou ontem a previsão de crescimento da economia nacional para 1,9% este ano e 1,8% em 2026. A três semanas da entrega do Orçamento do Estado para 2026 é este o cenário realista das contas públicas, com o défice a regressar no próximo ano. Com este crescimento anémico é impossível garantir o cumprimento das expetativas das gerações mais jovens, assim como honrar as obrigações sociais do Estado com as gerações mais velhas. Um País cada vez mais envelhecido a pressionar o sistemas de saúde e de segurança social precisaria de um crescimento económico robusto, mas isso está longe de acontecer e o motor mais dinâmico da economia, o turismo, também tem grandes limitações de crescimento, porque é impossível manter eternamente as taxas de evolução da última década. Desde que Portugal integra a moeda única nunca conseguiu ultrapassar registos de crescimento modestos (2022 e 2023 não conta para a estatística porque é a recuperação pós-pandemia) e esse é o grande nó górdio que ameaça a estabilidade social económica deste País. Sem crescimentos anuais substancialmente superiores a 2% estaremos condenados a um longo inverno económico que infernizará o nosso inverno demográfico.
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O crescimento anémico do PIB ameaça a estabilidade social e económica do País.
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