Eleito Papa a 8 de maio, Robert Prevost tem primado pela discrição. Ao estilo monárquico, lá vai acenando à multidão da janela da basílica de São Pedro ou do interior do papamóvel, quando desce ao encontro dos fiéis. E pronto. Está feito. Missão cumprida. Se perguntarmos a um católico o que reteve até agora das suas palavras, o que é que disse de verdadeiramente importante ou que decisões tomou, numa Igreja que precisa de agitação e mudança, a resposta resume-se a três palavras: ’Humm, pois é’. O que levou os cardeais a elegerem-no é um dos grandes mistérios deste primeiro quarto do século XXI.
A única declaração a reter de Leão XIV, ao fim de quatro meses de pontificado, foi proferida esta semana: ainda não será no seu papado que a Igreja permitirá que as mulheres sejam padres. Atendendo à sua idade, tem 70 anos, e ao aumento da esperança média de vida, não será nos tempos mais próximos que o sacerdócio feminino será uma realidade. Não é completamente surpreendente. Ainda cardeal, o atual bispo de Roma tinha levantado dúvidas sobre a matéria. A novidade é que agora fechou a porta. Uma posição que não se entende nem se não se coaduna com os tempos que vivemos. A promessa de seguir os passos do seu antecessor, de continuar a atribuir às mulheres papéis de relevo na hierarquia da Igreja, não responde à questão de fundo: por que é que as mulheres não podem ser padres?
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Mas porque é que as mulheres não podem ser padres?
Não há pior, em política, do que os lobos escondidos na pele de cordeiros.
Proteção de dados impôs o secretismo nas declarações de rendimentos.
André Ventura quis ser uma espécie de editor dos jornalistas que o ouviam.
Ventura transformou-se numa anedota, o pior que pode acontecer a um político.
Descansemos que Gouveia e Melo vai limpar os estábulos de Augias.