Eleito a 8 de maio, já lá vão mais de dois meses, Leão XIV ainda não justificou ser o homem certo para conduzir os destinos da Igreja Católica. O que fez? Nada. O que disse? Quase nada. Trivialidades. Talvez num mundo tranquilo e feliz fizesse sentido esta apatia. Viver e deixar viver. Num mundo violento, com gente a fugir das bombas e crianças a morrerem à fome, exige-se mais. Exige-se ação. A lengalenga da crítica, da indignação, da condenação, que têm preenchido parte das suas homilias não produzem qualquer efeito. É preciso ir ao terreno, é preciso estar com quem precisa. Em Gaza, em Kharkiv, onde for necessário. Sem dia nem hora marcada. Ir. É isto que os católicos esperam do seu líder. Não um homem tocado e protegido por Deus enfiado no Vaticano ou a admirar a paisagem em Castel Goldolfo. Sendo americano, é de admitir que Prevost tenha um acesso privilegiado à Casa Branca, onde os jogos de guerra se decidem. Se assim não for, que bata à porta. Mas faça alguma coisa. Comodamente sentado na cadeira de Pedro é que não contribui, seguramente, para a resolução do que quer que seja.
Mas não é só a ausência da presença que inquieta os fiéis. Os católicos também querem saber quais as suas ideias e orientações para a Igreja Católica. Vamos ter padres casados? Vamos ter mulheres sacerdotes? Tem alguma ideia em mente, algum pensamento, algo de verdadeiramente novo a anunciar e levar à prática, ou vai limitar-se a aparecer aqui e ali, a acenar à multidão e a debitar palavras bonitas?
Aguardemos. Demos-lhe o benefício da dúvida, ainda que não haja dúvidas que pior início de pontificado era impossível.
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