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Armando Esteves Pereira

Armando Esteves Pereira

Diretor-Geral Editorial Adjunto

Uma doença endémica

05 de junho de 2024 às 00:31

A corrupção é uma doença endémica há muito instalada no aparelho de Estado e nos municípios. Nas autarquias, o eixo perigoso entre promotores imobiliários e decisores já está identificado há décadas. O que muda agora é a dimensão das ‘luvas’. Já estamos num patamar milionário, digno dos magnatas de Angola ou do Brasil. Quando um ex-vice-presidente de Gaia é acusado de sacar 7,8 milhões, vemos a dimensão a que já se chegou.

A inflação no preço das casas parece ter sido seguida pela atualização das ‘luvas’. Em Gaia tivemos a sorte de a Justiça acompanhar o processo de corrupção em tempo real. O caso tem ligações ao processo que está a ser investigado no município vizinho de Espinho. Mas é impossível que este foco seja único, o mais provável é que o cancro da corrupção à custa da especulação imobiliária esteja disseminado.

Obviamente que nem todos os autarcas são corruptos, provavelmente nem a maioria é, mas os mecanismos de prevenção da corrupção não estão a funcionar. Nem nos municípios, nem nos partidos políticos, nem na sociedade. Como foi demonstrado em vários atos eleitorais, e mais recentemente na Madeira, os eleitores não afastam os políticos suspeitos e acabam por dar aval a esquemas perversos. A corrupção é uma doença que mina a democracia, empobrece o País e torna-nos reféns de criminosos de colarinho branco.

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