César admite "sentimento de revolta" se crimes de Sócrates forem provados

Presidente do partido elogia governação de Sócrates e diz que saída do PS "é um direito".

04 de maio de 2018 às 11:37
Carlos César, líder da bancada socialista, reside nos Açores e acumula os dois tipos de apoios do Estado para viagens Foto: Mário Cruz/Lusa
Carlos César, deputado e dirigente do PS Foto: José Sena Goulão/Lusa

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Carlos César elogiou esta sexta-feira o papel de José Sócrates enquanto líder do PS e do Governo, mas afirmou que o PS "continua a respeitar o princípio de separação de poderes".

O líder da bancada parlamentar socialista manifesto o orgulho do partido no contributo de José Sócrates para o progresso do país e frisou que os socialistas mantêm o princípio de separar as questões judiciais das questões políticas.

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"O PS orgulha-se do seu contributo ao longo de toda a história democrática para o progresso do nosso país e em especial nas circunstâncias em que o PS assumiu responsabilidades governativas. O engenheiro José Sócrates deixou uma marca muito positiva como primeiro-ministro", afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República sobre a desfiliação de José Sócrates.

Numa declaração sem direito a perguntas, o também líder parlamentar do PS disse ter tomado conhecimento da decisão em primeiro lugar pela comunicação social e depois por uma carta que chegou ao partido.

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"Trata-se naturalmente de uma decisão assumida de forma responsável, de forma livre e no uso de um direito que ao engenheiro José Sócrates cabe", afirmou.

"Sentimento de revolta"

Na resposta à notícia do pedido de desfiliação de Sócrates do partido, o presidente do PS evitou falar diretamente da investigação de que este é alvo, admitindo embora que possa existir um "sentimento de revolta" se existirem condenações na investigação da Operação Marquês ou no caso das relações de Manuel Pinho com o BES.

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"O que nós dissemos e continuamos a dizer é que, em circunstâncias que envolvam suspeitas e acusações de atos graves, da parte do PS haverá desde logo e sempre uma preocupação: se se confirmarem essas suspeitas e acusações, aquilo que hoje os portugueses sentem é justamente um entristecimento e um sentimento de revolta. É isso que temos dito e continuamos a dizer", afirmou.

Num discurso muito cauteloso, César lembrou os esforços do PS para mudar leis que tornem a atividade política "mais transparente".

O deputado fala de "casos políticos que se têm disseminado ao longo de anos", mas que "não envolvem o Partido Socialista. Fala de "comportamentos censuráveis" de pessoas de "vários Partidos e vários governos"

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