Presidente angolano quer "resgatar" o que de melhor foi vivido entre os dois povos.
Marcelo elogia 'projeto de paz, democracia e combate à corrupção' de João Lourenço
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta quarta-feira o "projeto de paz, de democracia, de regeneração financeira, de desenvolvimento económico, de combate à corrupção" protagonizado pelo Presidente de Angola, João Lourenço.
Numa intervenção durante um jantar oficial oferecido por João Lourenço, no palácio presidencial, em Luanda, no primeiro dia da sua visita de Estado a Angola, Marcelo Rebelo de Sousa saudou-o como "o vulto cimeiro de um novo tempo angolano".
"Vossa excelência protagoniza-o com um projeto de paz, de democracia, de regeneração financeira, de desenvolvimento económico, de combate à corrupção, de afirmação regional e mundial. Nós, portugueses, seguimos com empenho essa aposta de modernização, de transparência, de abertura, de inovação, de acrescida ambição", afirmou.
Segundo o Presidente português, João Lourenço protagoniza "um novo tempo angolano, na lúcida, consistente e corajosa determinação de aproveitar do passado o que se mantém vivo, mas, sobretudo, entender o que importa renovar para tornar o futuro mais possível, mais ambicioso e mais feliz para todos os angolanos".
Da parte de Portugal, Angola conta com "o empenho de centenas de milhares que querem contribuir para a riqueza e a justiça social" com o seu trabalho, bem como "das empresas, a começar nas mais modestas, no investimento e no reforço do tecido socioeconómico angolano" e também com "o empenho das instituições públicas portuguesas, do Estado às autarquias locais".
"Podem contar connosco na vossa missão renovadora e recriadora. Portugal estará sempre e cada vez mais ao lado de Angola", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Portugal, por sua vez, conta com a "incansável solidariedade" de Angola. "Contamos com os vossos trabalhadores, as vossas empresas, as vossas instituições públicas, a vossa convergência nos domínios bilateral e multilateral. Temos a certeza de que Angola estará sempre e cada vez mais ao lado de Portugal", prosseguiu.
De acordo com o Presidente português, este "novo momento na vida de Angola" coincide com "um novo ciclo" nas relações bilaterais. "E nada nem ninguém nos separará, porque os nossos povos já estabeleceram o seu e o nosso caminho", considerou.
"Porque estamos mesmo juntos, na parceria estratégica, na cooperação económica, financeira, educativa, científica, cultural, social e política. Porque no essencial vemos o mundo e a nossa pertença global e regional do mesmo modo, a pensar na paz, nos direitos humanos, na democracia, no direito internacional, no desenvolvimento sustentável, na correção das desigualdades", argumentou.
No final da sua intervenção, de cerca de sete minutos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "a história faz-se e refaz-se todos os dias e nuns dias mais do que noutros", acrescentando: "Estes que vivemos são desses dias".
Evocando os portugueses residentes em Angola e os angolanos que emigraram para Portugal, que, disse, amam os dois países, o chefe de Estado português defendeu que os responsáveis políticos não têm "o direito de desperdiçar esta oportunidade única".
No final, propôs um brinde à saúde e felicidade do Presidente João Lourenço e da sua mulher, Ana Dias Lourenço, e de todo o povo angolano e à fraternidade entre os dois países.
João Lourenço quer "resgatar" o que de melhor foi vivido entre os dois povos
A ideia foi sustentada na intervenção de João Lourenço durante o jantar com que obsequiou esta quarta-feira o homólogo português, que decorreu no Palácio Presidencial, em Luanda, último ato oficial do primeiro dia da visita de Estado de quatro dias a Angola que Marcelo Rebelo de Sousa iniciou esta quarta-feira.
"É do nosso interesse e responsabilidade resgatar o que de melhor foi vivido entre os nossos respetivos povos ao longo de séculos e construir um futuro de amizade, fraternidade e de cooperação, em benefício comum", afirmou João Lourenço, antes de brindar às relações entre os dois países.
"Este sentimento, que sabemos ser recíproco, funda-se na longa história comum dos dois povos, que sempre souberam entender, para além das contingências e vicissitudes temporais, que eram ambos vítimas do mesmo sistema opressor e que só numa luta conjunta lhe poderiam pôr termo, o que efetivamente viria a acontecer aos 25 de abril de 1974", dia do fim dos 48 anos de ditadura o Estado Novo em Portugal, disse.
Para João Lourenço, tudo isto está já plasmado no estado atual das relações políticas e diplomáticas e de cooperação económica, científica, técnica e cultural, pelo que disse estar certo de que "poderão evoluir para patamares ainda mais altos", lembrando ainda as questões económicas.
"O 'stock' da dívida para com o Governo e entidades portuguesas e a dívida certificada para com as empresas portuguesas ainda por liquidar é uma questão que vem sendo honrada e resolvida com pragmatismo e espírito de responsabilidade, de modo a não constituir nunca um fator de estrangulamento nas relações de cooperação que pretendemos aprofundar", sustentou.
Relembrando a deslocação a Angola do primeiro-ministro português, António Costa, em setembro de 2018, e a visita de Estado que efetuou a Portugal em novembro do mesmo ano, João Lourenço salientou que foram assinados 24 instrumentos de cooperação.
A esse número, acrescentou, há que adicionar os 11 hoje assinados, pelo que o total é de 35, o que "demonstra claramente a vontade das partes em darem passos concretos a favor da cooperação nos mais diversos domínios e áreas de interesse comum.
A assinatura, em 2018, de um Programa Executivo de Cooperação (PEC) "atende à necessária complementaridade das ações a realizar", tendo em conta as oportunidades na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotada pela ONU.
"Aguardamos, com alguma expectativa que o Observatório de Investimentos criado pelos nossos dois países, cujo desempenho é vital para o acompanhamento e incentivo dos investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola, ganhe força e vitalidade, dando assim conteúdo a uma cooperação verdadeiramente estratégica", sublinhou.
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