Almeida Santos morreu segunda-feira.
O chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, foi na manhã desta quarta-feira uma das primeiras personalidades a prestar homenagem ao presidente honorário do PS e antigo presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, que morreu segunda-feira aos 89 anos.
Eram cerca de 10h15 quando Cavaco Silva, acompanhado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República chegou à Basílica da Estrela acompanhado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República à Basílica da Estrela, onde o corpo de Almeida Santos está desde terça-feira à tarde em câmara ardente.
Até às 11h00, tinham já também passado pela igreja do centro de Lisboa o antigo presidente da Assembleia da República Mota Amaral, a procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, o ex-líder do CDS-PP Ribeiro e Castro, o antigo ministro socialista Alberto Costa, a deputada do PS Sónia Fertuzinhos e o deputado do partido ecologista Os Verdes José Luís Ferreira.
Homenagem prestada
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio, a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite, e o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, foram algumas das figuras públicas que esta quarta-feira de manhã prestaram homenagem, em Lisboa, a Almeida Santos.
Jorge Sampaio quis ir à Basílica da Estrela, em Lisboa, prestar as últimas homenagens ao "querido amigo" e ao "grande português" que foi António Almeida Santos e em "todas as frentes em que se manifestou", quer "como pessoa, homem de cultura, grande político, jurista legislador".
"É uma grande personalidade que desaparece, é uma enorme saudade e sobretudo uma pessoa de grande carinho para com todos", salientou o antigo Presidente da República à entrada do templo onde, desde terça-feira, esteve o corpo do presidente honorário do PS em câmara ardente.
Jorge Sampaio aproveitou para também fazer uma homenagem à família, com destaque para a esposa de Almeida Santos, Margarida Almeida Santos.
"Relação de amizade"
Também a antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite recordou o presidente honorário do PS, com quem "criou uma relação de amizade" e "profundíssima admiração".
"Foi realmente um senhor não só na política como na vida e por isso não poderia deixar de lhe prestar esta homenagem", salientou.
Manuela Ferreira Leite frisou que "é a perda de uma pessoa que desempenhou um papel absolutamente determinante, não só na construção da nossa democracia como no exemplo que deu na vida com a sua maneira de ser".
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou que a sua presença na Basílica da Estrela significa "um ato de solidariedade" e de apresentação de condolências ao PS e à família do presidente honorário do PS.
"Grande amigo"
O antigo presidente do CDS-PP Adriano Moreira foi das primeiras figuras públicas a passar pela Basílica da Estrela, em Lisboa, para homenagear o "grande amigo" António Almeida Santos, cuja morte considerou ser "uma grande perda".
"É uma grande perda que nós temos, mesmo na circunstância atual do país. O bom senso, o sentido de equilíbrio, o respeito pela diferença, próximo, tudo isso quando as situações são difíceis avultam mais como indispensáveis", afirmou aos jornalistas à saída da Basílica da Estrela.
Adriano Moreira realçou ainda o papel de António Almeida Santos como "interventor na Assembleia [da república] de uma qualidade excecional" e que "deixa grande uma obra escrita".
Construção da democracia
O ex-secretário-geral do PS António José Seguro recordou hoje o presidente honorário socialista Almeida Santos como um protagonista da construção da democracia, sublinhando a sua tendência para os consensos e a forma como punha "água na fervura".
"Recordo-o como um dos principais protagonistas da construção da democracia portuguesa, da sua consolidação, da edificação do Estado democrático de direito, não apenas através das leis, como já alguns salientaram, mas também através da ação e da sua palavra", afirmou António José Seguro, em declarações aos jornalistas à saída da Basílica da Estrela.
Salientando a forma como o antigo presidente da Assembleia da República "cultivava muito bem a língua portuguesa", escrevendo e falando "como poucos", António José Seguro destacou ainda a "ironia aveludada" e o sentido de humor de Almeida Santos.
António José Seguro lembrou ainda o último almoço que teve com Almeida Santos, no qual o presidente honorário do PS contou muitas histórias "que é pena não se saberem", sublinhando que guarda esses momentos como "um sinal e um testemunho de confiança e estima pessoal".
Maria de Belém Roseira
Maria de Belém Roseira, que suspendeu todas as ações de campanha até ao funeral de António Almeida Santos, apoiante da sua candidatura desde a primeira hora, salientou, à entrada da Basílica da Estrela, que o presidente honorário do PS "foi um mestre".
"Fica uma memória muito extraordinária de alguém que foi um mestre de como estar na vida, com verticalidade e coragem, sem demagogias e sempre defendendo aquilo que considerava correto e certo, mesmo que fosse impopular", frisou.
Cândido Ferreira
O candidato à Presidência da República Cândido Ferreira fez referência à atual "sociedade muito crispada" e salientou que o antigo presidente da Assembleia da República "era uma pessoa "dialogante, capaz de fazer consensos que a sociedade portuguesa precisa para que haja compromissos entre as forças políticas que levem a planos estáveis e duradouros".
"Se nós conseguirmos discutir os temas da atualidade portuguesa com elevação e se pensarmos no seu exemplo certamente poderemos sair enriquecidos desta morte que nos empobrece", sustentou.
Sampaio da Nóvoa
O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa afirmou que o presidente honorário do PS "é uma pessoa de grande referência na nossa vida democrática".
"Recordo como um homem com convicções e um homem muito determinado. No meu caso pessoal, nas muitas vezes que o encontrei, foi sempre para me dar um abraço, fosse como reitor, fosse noutras circunstâncias e dizer 'homem vai em frente, está muito bem, não deixe de se bater por aquilo em que acredita'", referiu.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.