Primeiro-ministro demissionário avaliou percurso político e fez considerações sobre a investigação do Ministério Público que levou à sua demissão.
O primeiro-ministro demissionário disse, esta segunda-feira, que "está magoado, mas conformado" com a investigação de que é alvo por parte do Ministério Público e que aguarda "serenamente" as respostas da justiça. António Costa revela-se "frustrado" por não levar o mandado até ao fim, mas enaltece algumas das conquistas que levou a cabo como líder do Governo.
Em entrevista à CNN Portugal, afirmou estar de "consciência tranquila" relativamente ao processo judicial e que, embora a situação lhe "seja desagradável", isso não afeta a confiança que tem no sistema de justiça.
"Não é por este ou aquele agente da justiça poder agir incorretamente que deixo de crer no sistema de justiça e acredito que funciona.
O socialista destacou que a justiça independente e o Ministério Público autónomo são características da democracia no País. "Ninguém está em cima da lei, nem eu", referiu.
Costa aguardaria por Juiz de Instrução de não fosse parágrafo da PGR
Questionado sobre a manhã de 7 de novembro, dia que ficou marcado pela divulgação da Operação Influencer, António Costa justificou que não se arrepende de ter apresentado a demissão do cargo de primeiro-ministro.
No entanto, assevera que se não fosse pelo parágrafo da Procuradora-Geral da República em que é mencionado, teria provavelmente aguardado pelo juiz de instrução antes de tomar qualquer medida.
"Aquele parágrafo é acrescentado ao comunicado para dar notícia pública de que há uma suspeita sobre o primeiro-ministro e ainda hoje não sei qual é a suspeita. Sei o que fiz e o que não fiz, portanto, estou de consciência tranquila", disse.
Costa recusou comentar as declarações da procuradora Lucília Gago e disse aguardar pela investigação do MP. Para o socialista, é importante que o PS se mantenha distante da situação.
"O PS deve manter-se à parte desta história e apresentar o balanço destes anos de governação, um programa renovado e ter uma nova liderança com uma nova energia (...) E não tratar deste caso que não tem nada a ver com o PS", salientou.
Elogios a Galamba
Quando confrontado sobre João Galamba, envolvido em diversas polémicas, António Costa recusou comentar "aquilo de que só tomou conhecimento através da comunicação social".
O primeiro-ministro demissionário classificou o ex-ministro das Infraestruturas como um excelente secretário de Estado da Energia e como ministro das Infraestruturas.
"Se a Justiça tem alguma coisa contra João Galamba, então que prove", sublinhou.
Socialista diz que Marcelo fez uma avaliação errada da crise política
Para António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez uma "avaliação errada" da crise política e o país não devia seguir eleições antecipadas.
"Só espero que das eleições de 10 de março resulte uma situação mais estável do que a que tínhamos.(...) Honestamente, não acredito em nenhuma solução estável que não tenha por base o PS", destacou.
Neutro na escolha para sucessor
"Qualquer um deles tem mais experiência, muito mais competência e asseguram melhores condições de governação do que o líder da oposição", afirmou.
Um Governo com vários ganhos, apesar das situações negativas
No que diz respeito aos problemas no setor da saúde, o socialista referiu que os recursos humanos no SNS aumentaram 25% e o número de atendimentos subiu de forma considerável.
"Mesmo os episódios de urgência, tivemos mais de 88 mil atendimentos do que no mesmo período de 2015", disse.
Costa fez questão de salientar todas as reformas importantes em várias áreas feitas durante a governação de maioria absoluta do PS.
O aumento do salário mínimo, o crescimento de emprego, a redução dos impostos e o reforço no investimento público são alguns dos pontos que o político destaca como grandes conquistas do último Governo.
"Conseguimos o equilíbrio orçamental a subir salários, a aumentar pensões e a baixar impostos (...) é um resultado de boas políticas. Paul Krugman diz que parecia um milagre, eu, que não sou crente, considero apenas que foram as boas políticas", afirmou.
António Costa apresentou a demissão ao Presidente da República, a 7 de novembro, após se ver envolvido num caso judicial sobre lítio e hidrogénio. Marcelo Rebelo de Sousa decidiu dissolver o Parlamento e convocar eleições para dia 10 de março de 2024.
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