Depois de hora e meia de reunião em Belém, chefe do Governo invoca razões de “consciência” para não demitir ministro.
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Está aberta a crise política. A mais grave dos sete anos de governação de António Costa. Ao não aceitar a demissão de João Galamba, que invocou o barulho do “ruído que se sobrepõe aos factos, à verdade”, o primeiro-ministro elevou para um novo patamar o confronto com o Presidente da República, que há dias andava a pedir a cabeça do ministro das Infraestruturas.
Depois de hora e meia de reunião em Belém, Costa foi às escadarias de São Bento assumir, de forma pouco discreta, que o seu ministro continua no Governo.
“Era mais fácil ter aceitado o pedido de demissão, mas prefiro ficar bem com a minha consciência”, disse o primeiro-ministro no início do seu discurso, acrescentando: “É uma decisão minha e só minha.”
Costa frisou que “o exercício do poder exige disponibilidade para a solidão” e adiantou: “Admito que muita gente não compreenda a minha decisão, mas espero que o futuro me dê razão.”
O chefe do Governo disse ainda que nem ele nem nenhum ministro deu qualquer instrução aos serviços de segurança (SIS), e que este organismo “não agiu à margem da lei”. Quando questionado sobre como fica a sua relação com Marcelo, e sobre uma possível dissolução do Parlamento, Costa referiu: “Não faço especulações. A estabilidade é um bem maior. O Governo cá estará para acatar as decisões do senhor Presidente da República.”
Marcelo esperou que Costa terminasse para, logo a seguir, libertar um comunicado: “O ministro das Infraestruturas apresentou o seu pedido de demissão (...) O primeiro-ministro (PM), a quem compete submeter esse pedido, entendeu não o fazer, por uma questão de consciência, apesar da situação que considerou deplorável. O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do PM, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem.”
Ex-secretária de Estado diz que uso de fundos da Airbus foi transparente
A antiga secretária de Estado do Tesouro Isabel Castelo Branco, que integrou o Governo de Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira, no Parlamento, que a operação que envolveu fundos da Airbus na capitalização da TAP foi “transparente”.
A antiga governante, que foi ouvida esta terça-feira na Comissão de Economia, sobre a compra de 61% da TAP pela Atlantic Gateway na privatização de 2015 e que envolveu a capitalização da companhia com 226,75 milhões de euros, lamentou que se trate questões relacionadas com fundos e operações de financiamento desta natureza como se fossem uma “operação esquisita, feita por baixo da mesa”.
A empresa de David Neeleman e Humberto Pedrosa terá recebido fundos diretamente da Airbus e terão sido entregues como contrapartida de um negócio de ‘leasing’ de 53 aviões pelo fabricante europeu, pondo a companhia aérea a pagar a sua própria capitalização.
Uma reunião "censurável" mas não "proibida"
A Comissão de Transparência considera “politicamente censurável” a participação de Carlos Pereira (PS) numa reunião com a ex-CEO da TAP, mas rejeita que os deputados possam ser impedidos de participar em encontros que achem úteis para o mandato. PSD e Chega tinham pedido que aquela comissão se pronunciasse sob a reunião.
Está aberta a crise política. A mais grave dos sete anos de governação de António Costa. Ao não aceitar a demissão de João Galamba, que invocou o barulho do “ruído que se sobrepõe aos factos, à verdade”, o primeiro-ministro elevou para um novo patamar o confronto com o Presidente da República, que há dias andava a pedir a cabeça do ministro das Infraestruturas.Depois de hora e meia de reunião em Belém, Costa foi às escadarias de São Bento assumir, de forma pouco discreta, que o seu ministro continua no Governo.“Era mais fácil ter aceitado o pedido de demissão, mas prefiro ficar bem com a minha consciência”, disse o primeiro-ministro no início do seu discurso, acrescentando: “É uma decisão minha e só minha.”Costa frisou que “o exercício do poder exige disponibilidade para a solidão” e adiantou: “Admito que muita gente não compreenda a minha decisão, mas espero que o futuro me dê razão.”O chefe do Governo disse ainda que nem ele nem nenhum ministro deu qualquer instrução aos serviços de segurança (SIS), e que este organismo “não agiu à margem da lei”. Quando questionado sobre como fica a sua relação com Marcelo, e sobre uma possível dissolução do Parlamento, Costa referiu: “Não faço especulações. A estabilidade é um bem maior. O Governo cá estará para acatar as decisões do senhor Presidente da República.”Marcelo esperou que Costa terminasse para, logo a seguir, libertar um comunicado: “O ministro das Infraestruturas apresentou o seu pedido de demissão (...) O primeiro-ministro (PM), a quem compete submeter esse pedido, entendeu não o fazer, por uma questão de consciência, apesar da situação que considerou deplorável. O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do PM, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem.” Ex-secretária de Estado diz que uso de fundos da Airbus foi transparente Uma reunião "censurável" mas não "proibida" A Comissão de Transparência considera “politicamente censurável” a participação de Carlos Pereira (PS) numa reunião com a ex-CEO da TAP, mas rejeita que os deputados possam ser impedidos de participar em encontros que achem úteis para o mandato. PSD e Chega tinham pedido que aquela comissão se pronunciasse sob a reunião.
PGR ABRIR INQUÉRITO AO SIS
Cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR), liderada por Lucília Gago, desencadear o processo de investigação à atuação do SIS - Serviços de Informação e Segurança no caso da apreensão do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas. Caberá ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
BRILHANTE SOB ACUSAÇÃO
PSD, Chega, IL e BE acusam o líder parlamentar do PS, Brilhante Dias, de lançar suspeitas sobre deputados pela fuga de informação de documentos classificados.
SIRP ESCLARECIMENTOS AO SIS
O Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) esclareceu que por sua iniciativa pediu informações sobre a intervenção do SIS na recuperação do computador atribuído a um ex-adjunto governamental com informação classificada. O SIRP informa ainda que a sua atividade é, “por força da lei, classificada.”
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