page view

Ferro "indignado" com afirmações de Moedas sobre demissão de Jorge Coelho após a queda da ponte de Entre-os-Rios

"Responsabilidade política é quando o político sabe e não atua", defendeu o presidente da Câmara de Lisboa.

08 de setembro de 2025 às 15:28

O antigo secretário-geral do PS Ferro Rodrigues manifestou-se esta segunda-feira indignado com afirmações proferidas pelo presidente da Câmara de Lisboa sobre as razões da demissão do ministro Jorge Coelho após a queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001.

"Como amigo e sucessor de Jorge Coelho no Ministério do Equipamento Social manifesto a minha indignação pelas mentiras de Carlos Moedas", declarou Ferro Rodrigues à agência Lusa.

No domingo, durante uma entrevista à SIC sobre as causas do acidente mortal com o Elevador da Glória, em Lisboa, Carlos Moedas foi confrontado com o exemplo do falecido socialista Jorge Coelho, em 2001, que se demitiu das funções de ministro de ministro do Equipamento Social na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios, no rio Douro.

Carlos Moedas recusou a comparação e disse que o gabinete de Jorge Coelho tinha recebido informações que apontavam para a fragilidade da ponte ainda antes do acidente, enquanto no caso dele, pelo contrário, não recebeu qualquer sinal nesse sentido em relação ao Elevador da Glória.

"Responsabilidade política é quando o político sabe e não atua", justificou o presidente da Câmara de Lisboa.

No entanto, de acordo com Ferro Rodrigues, "Jorge Coelho não tinha qualquer informação de que pudesse acontecer o que se passou" e Carlos Moedas "mentiu".

"Caso contrário, obviamente, tinha proibido o acesso à ponte naquela terrível tempestade", completou, antes de deixar uma advertência.

"Não digo mais nada, porque não quero contribuir para quem procura desviar atenções para a queda da ponte de Entre-os-Rios, onde todos os inquéritos foram feitos e publicados", acrescentou.

Na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios, entre outras investigações, a Assembleia da República constituiu uma comissão de inquérito que meses depois produziu um relatório aprovado sem votos contra. O documento teve os votos a favor do PS, PSD, PCP e CDS, com as abstenções de PEV e do Bloco de Esquerda.

Na sequência dos inquéritos, entre outros episódios, demitiu-se o então presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro (IND), Mário Fernandes. O IND foi responsabilizado pela queda da ponte, enquanto organismo que licenciava e fiscalizava a extração de areias no canal navegável do rio Douro.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8