Este domingo decorreu uma manifestação em solidariedade com o ator Adérito Lopes, agredido na terça-feira por indivíduos associados a grupos neonazis.
PS, Livre, PCP, BE e PAN exigem resposta firme à violência da extrema-direita
PS, Livre, BE, PCP e PAN exigiram, este domingo, uma resposta firme do Governo à violência da extrema-direita, durante uma concentração em Lisboa em solidariedade com o ator Adérito Lopes, agredido na terça-feira por indivíduos associados a grupos neonazis.
A manifestação, que decorreu em frente ao teatro A Barraca, reuniu centenas de pessoas e serviu de palco a um forte apelo contra o discurso de ódio e a violência política.
Jorge Pinto, deputado do Livre, sublinhou que "o setor da cultura está sempre entre os primeiros alvos destes grupos" e considerou que é essencial "combater o discurso de ódio, seja nas redes sociais, na comunicação social ou no Parlamento".
Para o deputado, o silêncio institucional tem sido cúmplice: "É inaceitável que representantes da extrema-direita tenham tempo de antena ilimitado para propagar discurso violento. É expectável que depois essa violência se traduza nas ruas", acrescentou.
Jorge Pinto pediu ao Governo coragem política para cumprir a Constituição e aplicar a lei: "Temos um quadro legal que nos deveria proteger deste tipo de organizações. O que falta é vontade."
O deputado acusou ainda alguns líderes políticos de relativizarem o perigo da extrema-direita: "É preciso que os democratas não alinhem na falsa equivalência entre uma extrema-direita perigosa, violenta e muitas vezes assassina, e uma eventual esquerda que, segundo alguns, também seria violenta. Isso não é verdade".
Do lado do PCP, Paulo Raimundo lembrou que "não se trata de uma escaramuça, é um crime de ódio", alertando que o artigo 46.º da Constituição proíbe expressamente a existência de organizações fascistas ou neonazis. "As autoridades têm de agir. Parece que têm feito alguma coisa, mas claramente não é suficiente", lamentou.
O secretário-geral comunista defendeu que "o inimigo não é o nosso vizinho imigrante ou trabalhador, mas sim quem concentra riqueza à custa do trabalho de todos", e criticou a estratégia de dividir para reinar: "É alimentar o discurso da divisão. É dar gasolina a este fogo."
Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, acusou o Governo de encobrir o crescimento destes grupos. "O grupo que atacou este teatro tem elementos que assassinaram Alcindo Monteiro há 30 anos. Estava identificado como terrorista no relatório de segurança interna, mas esse capítulo foi retirado, e foi o Governo que decidiu omitir esse perigo", apontou.
A coordenadora do BE sublinhou que "o fascismo entra pelas nossas cabeças antes de ocupar o poder", e que a conivência institucional contribui para a sua normalização: "Não é tudo igual. A extrema-direita está a atacar pessoas, teatros e partidos. Não pode ser tratada como mais uma versão da realidade".
Mortágua criticou ainda o facto de o agressor ter sido entrevistado em televisão para, segundo ela, "relativizar o ato" e "apresentar uma história alternativa". Para a dirigente bloquista, "isso é dar palco ao fascismo e reforçar a sua banalização".
Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, alertou para a "normalização de discursos e comportamentos fascistas, até dentro da Assembleia da República".
Além do caso do ator agredido, lembrou outras situações recentes: "Também duas voluntárias foram atacadas no Porto enquanto distribuíam comida a pessoas em situação de sem-abrigo. Isto está a alastrar-se", comentou.
A deputada denunciou ainda ameaças pessoais: "Esta semana tomámos conhecimento de que um indivíduo foi acusado pelo Ministério Público por afirmar que a minha cabeça e a de outros deputados ficavam bem expostas num poste da Avenida da República. Isto não pode ser tolerado."
Inês Sousa Real defendeu mais formação para as forças policiais, reforço de meios para a justiça e vigilância ativa sobre grupos de ódio: "Temos que atuar com firmeza, dentro e fora do Parlamento. Se acham que nos vão meter medo, não nos vamos calar", concluiu.
O PS esteve representado por, entre outros, o líder parlamentar, Pedro Delgado Alves.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.