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Marcelo lembra Soares como vencedor do 25 de Novembro apesar de releituras de quem não viveu a data

Presidente da República disse que tais reinterpretações são feitas "de acordo com a conjuntura" política.

18 de setembro de 2025 às 22:14

O Presidente da República lembrou esta quinta-feira Mário Soares como o "grande vencedor" no plano civil da operação militar de 25 de Novembro de 1975 apesar das releituras de quem "não viveu a realidade", variáveis consoante a conjuntura.

No discurso de inauguração da exposição "Mário Soares: Um Homem Inteiro", do fotógrafo Luís Vasconcelos, no âmbito das comemorações do centenário do antigo chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o histórico socialista "é o mesmo", imune às interpretações ou narrativas de cada momento, porque "há coisas que são indesmentíveis".

"Não se tem de ser de direita ou de esquerda, ou do centro, ou do centro-direita ou centro-esquerda, tem de se ser verdadeiro e tem de se homenagear quem merece ser homenageado e está associado à liberdade e à democracia em Portugal. É um facto", disse.

Para o Presidente da República, Mário Soares, "no plano civil, é o grande vencedor do 25 de Novembro", apesar de "releituras" dessa operação militar que "vão sendo feitas por quem não as viveu, porque não viveu a realidade".

Marcelo Rebelo de Sousa disse que essas reinterpretações são feitas "de acordo com a conjuntura" política, mas que nesse dia "é evidente que Mário Soares tem um papel liderante" na construção de uma coligação que tinha como objetivo acelerar a eleição de uma Assembleia Constituinte e criar condições para a elaboração de uma nova Constituição.

O chefe de Estado considerou que as "revoluções nunca são uma, são várias", sendo que "cada revolucionário, líder militar e político sonha a sua e depois há umas que ganham e outras que perdem".

Marcelo defendeu que Portugal deve grande parte da sua democracia a Mário Soares, enfatizando que o sistema democrático "tem a grande vantagem de admitir tudo, até aqueles que discordam da democracia" e que, embora "uns gostem mais e outros gostem menos", Soares "está vivo" pelo facto de o país viver em liberdade.

O Presidente da República concluiu o discurso pedindo que se continue a defesa do legado de Mário Soares nas escolas e nas universidades, defendendo que essa é parte das funções de um professor.

"Eu sinto-me muito grato, como Presidente da República Portuguesa, por ser sucessor de Mário Soares como Presidente da República, mas, sobretudo, por ter aprendido com ele, não sendo do quadrante político de Mário Soares, ter aprendido com ele muito, muito, muito, e ficar devedor de haver uma democracia hoje em Portugal", concluiu. 

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