Esquerda pediu a regulação do preço das rendas e a direita a reclamou detalhes sobre as medidas.
Toda a oposição na Assembleia da República criticou a nova Estratégia para a Habitação, mas por razões distintas, com a esquerda a pedir a regulação do preço das rendas e a direita a reclamar detalhes sobre as medidas.
Reagindo à vontade do ministro das Infraestruturas e Habitação, que esta sexta-feira esteve em plenário da Assembleia da República, de retirar "a acrimónia" das políticas públicas de habitação, o PS recordou que, quando ainda em campanha, o atual primeiro-ministro disse que o pacote Mais Habitação, adotado pelo anterior executivo, era para "rasgar e começar do zero".
Antes, o ministro Miguel Pinto Luz tinha afirmado que o Governo quer "acabar com o maniqueísmo primário de que tudo no passado foi mal feito", concedendo, inclusivamente, que "não estava tudo mal feito" na anterior governação socialista.
"A acrimónia" - disse - "tem que parar e para hoje".
No debate parlamentar sobre política setorial, depois de, na sexta-feira, ter sido apresentada a nova Estratégia para a Habitação, a deputada Maria Begonha (PS) considerou que, perante "a crise gravíssima de acesso", a nova estratégia gera "desconfiança" e "alarme social", criticando o Governo por querer "voltar a liberalizar a habitação" e "abrir totalmente o alojamento local".
BE, PCP, Livre e PAN defenderam a necessidade de regular o mercado do arrendamento.
A deputada Marisa Matias (BE) citou o exemplo de outros países para justificar a defesa da proibição da venda de casas a não residentes (Canadá) e da regulação do preço das rendas e das restrições ao turismo (vários países europeus).
Em resposta, o ministro reiterou que o Governo quer regular e intervir, em simultâneo, ou seja, agir sobre o preço das rendas introduzindo mais casas no mercado.
"A oferta pública ajuda a regular o mercado, cria equilíbrios", defendeu.
A deputada Paula Santos (PCP) criticou a Estratégia para a Habitação por não conter "uma medida para travar a regulação das rendas ou proteger os inquilinos", levando o ministro a comentar que foram os proprietários quem mais atacaram as medidas a anunciadas.
E, sublinhando que "o mercado não só não é solução, como é parte do problema", constatou que "os preços da habitação são incomportáveis".
À direita, o deputado André Ventura (Chega) questionou o Governo sobre a garantia bancária dirigida aos jovens, que, segundo as suas contas, "têm cada vez menos casas" próprias.
Miguel Pinto Luz adiantou que essa "negociação" está a ser feita pelas Finanças com o Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos.
"Os moldes estão a ser desenhados", disse, acrescentando que serão anunciados num próximo Conselho de Ministros dedicado à juventude.
Já sobre alargar a outras pessoas as medidas propostas para os jovens, o ministro admitiu analisar essa possibilidade para quem compre primeira casa e já não seja jovem, mas sublinhou que é preciso saber primeiro "quanto custa" esse alargamento, alertando que "não cabe tudo num orçamento que é limitado".
O Chega quis ainda saber sobre "o plano" do Governo para os edifícios devolutos que são propriedade do Estado, ao que o ministro respondeu que está a consolidar dados para, "a curto prazo, arrancar" com a utilização desse património.
"É imoral termos edifícios devolutos quando há falta de habitação em Portugal", constatou Pinto Luz.
Pela IL, Rui Rocha considerou que o Governo apresentou "grandes medidas", que são, "em grande parte de 'logo se vê'", observando que "não há objetivos" na nova estratégia.
O deputado questionou o ministro sobre a descida do IVA para 6% na construção de casas e Pinto Luz clarificou que a ideia "não é repercutir a descida do IVA nos lucros dos investidores, mas nos preços das casas de quem compra".
Já do PSD, partido que suporta o Governo (juntamente com o CDS-PP), foram só elogios, com o deputado Alexandre Poço a destacar a "grande diferença" face ao anterior executivo socialista, assente na vontade de "compatibilizar o direito à habitação com a economia e o turismo".
Tanto PSD como CDS-PP saudaram as medidas dirigidas aos jovens na nova Estratégia para a Habitação.
"Os jovens foram esquecidos", constatou o ministro, garantindo que agora serão "o foco".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.