Secretário-geral do PCP salientou que a cultura "continua a ser esquecida, desvalorizada e ameaçada".
O secretário-geral do PCP considerou esta quarta-feira que a cultura "continua a ser esquecida, desvalorizada e ameaçada", criticando a sua "suborçamentação crónica", e defendeu que 1% do PIB deve ser destinado ao setor.
"A cultura continua a ser esquecida e desvalorizada: tantas e tantas estruturas culturais elegíveis e sem apoio, tantos e tantos trabalhadores da Cultura afetados pelos baixos salários, pela precariedade e pelos horários desregulados", criticou Paulo Raimundo numa sessão evocativa do centenário do escritor Urbano Tavares Rodrigues, que decorreu hoje em Lisboa.
O líder do PCP defendeu que "nenhuma manobra orçamental, mesmo que sustentada numa enorme operação de propaganda, consegue apagar a realidade", salientando que essa realidade está "bem expressa na suborçamentação crónica da cultura".
"Não nos conformamos com esta situação. Estamos emprenhados, assim como o estão os agentes da cultura, em alterar o caminho, em mudar a política no que diz respeito também à produção e fruição culturais", assegurou.
Abordando a convocação de eleições legislativas antecipadas, Paulo Raimundo defendeu que o momento atual "é de agir, de afirmar e reforçar o PCP e a CDU" e acrescentou que o próximo dia 10 de março "é uma oportunidade para fazer a mudança".
"Podem desdobrar-se em sondagens, podem tentar traçar linhas disto ou daquilo, podem construir todos os cenários que quiserem, que a única linha real e na vida de todos os dias é a que separa os que defendem os interesses dos grupos económicos (...) e os que defendem a alternativa pelo aumento dos salários", sustentou.
A linha real, prosseguiu Paulo Raimundo, é também a que "separa os que tratam a cultura como algo de secundário, que apostam na sua mercantilização, condenam ao desaparecimento estruturas e projetos culturais, e a alternativa com vista a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para a cultura num futuro próximo e que defende um serviço público de cultura".
"A linha fundamental de todos os dias e que aí está é a que separa as contas certas de uns poucos e a incerteza de todos os dias na vida da maioria. (...) Agarremos esta oportunidade, reforçando a CDU com mais votos, mais percentagem, mais eleitos", reforçou.
Discursando perante uma plateia em que estavam personalidades como o músico Vitorino Salomé ou o poeta José Jorge Letria, Paulo Raimundo abordou o percurso de Urbano Tavares Rodrigues para qualificá-lo como "uma figura incontornável da literatura portuguesa, em todos os domínios da escrita".
Entre as várias lições que considerou que devem ser retiradas do percurso do escritor e antigo militante do PCP, Paulo Raimundo destacou em particular a sua "militância pela paz, que constitui um exemplo de profunda e séria atualidade".
Para o líder comunista, o momento atual, com "a escalada armamentista e os riscos reais de um conflito de larga escala, com todos os perigos e desenvolvimentos que daí poderiam decorrer, é a altura certa para lembrar a ação, o exemplo e a luta pela paz levada a cabo por Urbano Tavares Rodrigues".
O secretário-geral do PCP defendeu que hoje, como na altura em que Urbano Tavares Rodrigues aderiu ao Conselho Mundial da Paz, em 1971, "os povos precisam de paz e não da guerra", abordando em particular a situação que se vive na Palestina.
"Aproveitamos para daqui enviarmos uma forte, calorosa e sentida saudação (...) ao povo heroico da Palestina, instando o Governo, de uma vez por todas, a reconhecer o Estado palestiniano, e a pautar a sua ação pelo respeito da Constituição da República Portuguesa, pelo cumprimento das resoluções das Nações Unidas, agindo em prol do cessar-fogo permanente e pelo fim da guerra", disse, gerando um aplauso na sala.
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