Ex-ministro das Infraestruturas admitiu que sabia que a indemnização paga pela TAP a antiga secretária de Estado do Tesouro tinha sido de 500 mil euros.
O secretário-geral do PCP considerou este sábado que "não espanta" o anúncio de que Pedro Nuno Santos foi informado da indemnização de Alexandra Reis, mas realçou que o que preocupa o seu partido é a forma de gestão da TAP.
Um dia depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado que foi informado e deu "anuência política" à saída de Alexandra Reis da administração da TAP com uma indemnização de 500 mil, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou que esse anúncio "não espanta".
"Não espanta essa afirmação do ex-ministro porque, por aquilo que foi surgindo [nos últimos dias], era uma questão de tempo até isso ficar claro", sublinhou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas no final da IX Assembleia do Setor Intelectual da Organização Regional de Lisboa, que decorreu este sábado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Apesar desta constatação, o secretário-geral do PCP afirmou que a questão envolvendo Pedro Nuno Santos "não é o que preocupa" o seu partido.
"O que nos preocupa é nós estarmos perante uma gestão de uma empresa pública, que é a TAP, que, no fundo, está a ser gerida no sentido da sua privatização. Ora, ela precisa de ser gerida no sentido de responder à necessidade pública, e não ter princípios de gestão" praticados no privado, referiu.
Para Paulo Raimundo, foi precisamente devido a critérios de gestão praticados no privado que "a ex-secretária de Estado [do Tesouro, Alexandra Reis] tenha recebido os tais 500 mil euros de indemnização".
Questionado se espera novas explicações da parte do ex-ministro das Finanças João Leão sobre esta indemnização, o secretário-geral comunista reiterou que, para o PCP, "há dois problemas de fundo", começando por destacar a questão das "opções políticas".
"Aí, João Leão, Pedro Nuno Santos, António Costa - os que quiser juntar neste leque - estão todos no mesmo sentido. É uma opção política que nós contrariamos", referiu.
O segundo problema de fundo, para Paulo Raimundo, é "o objetivo que se quer para a TAP".
"Se o objetivo que se quer para a TAP é a sua privatização, nós achamos que não. Portanto, é preciso que os critérios de gestão da empresa sejam critérios de gestão que não correspondam aos critérios de gestão privados", reiterou.
Interrogado se não lhe parece que este caso de Pedro Nuno Santos mostra "desleixo" da parte do Governo para com o dinheiro público, Paulo Raimundo respondeu: "Maior 'desleixo' com a gestão do dinheiro foi aqueles 20 mil milhões de euros que nós pusemos dos nossos bolsos na banca".
"Até hoje ainda não revimos nada. Maior 'desleixo' que esse não há", frisou.
Relativamente à comissão de inquérito sobre a gestão da TAP proposta pelo Bloco de Esquerda, o secretário-geral do PCP reiterou que "não será pelo voto" do seu partido que ela "não se realizará".
"A única diferença que estamos agora a considerar é qual é o voto final, se é votação a favor ou abstenção, em função de uma questão que não é menos relevante, que é isto é uma árvore de uma floresta maior e é preciso que essas comissões de inquérito não passem ao lado também da floresta", sublinhou.
O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou na sexta-feira que deu "anuência política" para a saída da TAP de Alexandra Reis, acrescentando que foi informado "do valor final do acordo" entre as partes.
Num esclarecimento público, Pedro Nuno Santos explicou que, desde que deixou o Governo, em 28 de dezembro, reconstruiu a fita do tempo sobre a polémica saída da ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis da companhia aérea portuguesa, que levou à sua demissão, admitindo que sabia que a indemnização paga tinha sido de 500 mil euros.
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