Queijo estragado leva a casos de brucelose
Seis arguidos suspeitos de produzir e comercializar queijos com leite de animais doentes em Baião.
O Tribunal de Penafiel começou, esta segunda-feira, a julgar seis pessoas suspeitas de terem produzido e comercializado queijo artesanal, em Baião, de animais que estavam infetados com brucelose.
Na primeira sessão do julgamento só um dos arguidos, suspeito de comercializar o queijo no seu restaurante, é que falou perante o coletivo de juízes.
O homem negou os crimes de que é acusado e garantiu que "simplesmente consumia os queijos com amigos e familiares". Os restantes ficaram em silêncio.
O caso ocorreu em 2014 e na altura 19 pessoas contraíram a doença da brucelose depois de terem consumido queijo fresco ou cru, de leite de cabra. Os produtos eram produzidos artesanalmente em Baião e no Marco de Canaveses.
Segundo o Ministério Público, os arguidos que produziam o queijo sabiam que o leite dos animais que mantinham na sua exploração se encontrava impróprio para consumo humano, já que alguns animais tinham sido abatidos devido à doença, mas que mesmo assim produziram os queijos e os venderam.
Também, segundo a acusação, os queijos, sem qualquer tipo de controlo sanitário, licença ou salubridade, eram vendidos diretamente pelos produtores "porta a porta", e chegaram a ser vendidos em restaurantes.
Das 19 pessoas que contraíram a doença, 13 tiveram de ser hospitalizadas.
Os arguidos estão acusados dos crimes de perigo relativo a animais e vegetais, desobediência e corrupção de substâncias alimentares.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt