Rapper erra o alvo e mata irmã de Djaló

Abel Fragoso usou carro para investir contra elementos de gang do Vale da Amoreira. Açucena morreu aos 17 anos.

17 de setembro de 2018 às 01:30
Irmã de Djaló Foto: Instagram
Abel Fragoso, junto ao carro usado nos seis atropelamentos Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Abel Fragoso Foto: Direitos Reservados
Yannick Djaló despede-se da irmã Foto: Instagram
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook
Irmã Yannick Djaló Foto: Facebook

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Abel Fragoso tem 21 anos e é o responsável pela morte de Açucena Patrícia, de apenas 17, irmã do futebolista Yannick Djaló. O homicida é ainda responsável por vários ferimentos em mais cinco amigos da rapariga, todos atropelados, no sábado de madrugada, numa rua cortada ao trânsito, nas Festas da Moita.

Residente na Cidade Sol, Barreiro, o rapper (com vários vídeos gravados e publicados no Youtube), está em prisão preventiva na cadeia do Montijo. Está indiciado pela prática de 12 crimes - entre os quais estão 11 de homicídio qualificado; um consumado e dez tentados. A par dos jovens, avançou ainda contra cinco militares da GNR.

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Abel Fragoso agiu motivado por um conflito que teve, minutos antes, com um grupo de moradores do Vale da Amoreira, na Baixa da Banheira. Após troca de agressões, o técnico de ar condicionado (estava empregado numa empresa situada a apenas dois quilómetros do local dos crimes da madrugada de sábado), foi obrigado a abandonar o recinto das Festas da Moita. Decidiu ir buscar o carro, um Skoda adquirido pela família em regime de leasing, e regressou para se vingar. Forçou a entrada no recinto das festas da Moita, tentando mesmo atropelar cinco militares que tiveram de se desviar da viatura que seguia a alta velocidade.

Conduzindo numa rua cortada ao trânsito, Abel Fragoso procurou pelos jovens que o tinham atacado minutos antes. Acabou por colher o grupo de amigos onde Açucena Patrícia se encontrava e que regressava já a casa. Eram 02h30. A jovem foi projetada para uma parede. Apesar de ainda ter sido assistida, morreu no Hospital Garcia de Orta, em Almada. Abel Fragoso foi detido pela GNR logo de seguida.

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Homicida isolado na cadeia tem direito a duas horas de recreio

Nos primeiros dias o jovem, de 21 anos, técnico de ar condicionado, irá ficar em isolamento numa cela de adaptação ao estabelecimento prisional. Tomará as refeições sozinho e terá direito a duas horas de recreio diárias, também sozinho. Só após avaliação da direção da cadeia do Montijo, é que o jovem será integrado junto da restante população prisional. Tal deverá acontecer no prazo máximo de quinze dias.

Durante o período de cumprimento da medida de coação de prisão preventiva, o Ministério Público irá tutelar a investigação à morte de Açucena Patrícia e aos ferimentos infligidos em cinco amigos da jovem, de 17 anos. Abel Fragoso será chamado a depor, assim como os sobreviventes do ataque da madrugada de sábado.

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Em causa poderá estar uma acusação para o jovem pela prática de um total de 12 crimes. Além da condução perigosa, já que entrou em alta velocidade numa rua cortada ao trânsito, Abel Fragoso enfrenta julgamento por onze crimes de homicídio qualificado, um consumado e dez tentados.

Interrogatório a jovem durou apenas duas horas

Abel Fragoso chegou ao Tribunal do Barreiro pelas 10h30 de sábado, conduzido por militares da GNR da Moita. Pouco mais de duas horas depois, abandonava o tribunal, já em prisão preventiva. O juiz limitou-se a validar a prova contra o arguido.

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Yannick chega a tempo do funeral 

Yannick Djaló ficou devastado com a notícia da morte da irmã, Açucena. O futebolista, de 32 anos, a jogar na Tailândia, ainda teve de disputar um jogo pela sua equipa e só depois apanhou um voo para Portugal. Chega esta segunda-feira, ainda a tempo do funeral, que deverá ser 4ª feira.

Festas com alguns episódios violentos nos últimos anos 

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PORMENORES

Conhecido na zona

Ao CM, moradores e populares residentes nas imediações do local onde morreu Açucena Patrícia disseram já conhecer Abel Fragoso, que trabalha na Moita.

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Testes fundamentais

Os resultados dos testes de consumo de álcool e drogas que Abel Fragoso fez depois de ser preso, e conduzido ao posto da GNR da Moita, serão fundamentais para o trabalho da investigação aos crimes.

Centro de formação

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Abel Fragoso estudou em escolas secundárias do concelho do Barreiro. O jovem tirou depois um curso profissional de técnico de ar condicionado, na Cruz de Pau, Seixal.

Trabalhou sete meses

Munido de um curso, Abel Fragoso arranjou emprego numa empresa da Moita. Era funcionário desta firma há poucos meses – desde fevereiro deste ano.

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Autópsia adia funeral

Obrigatória por lei em caso de mortes resultantes de acidentes de viação, a autópsia ao corpo de Açucena Patrícia adiou a realização do funeral, que deverá ocorrer na quarta-feira.

Tinha ficha policial

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Abel Fragoso tinha ficha policial. Era conhecido da PSP e da GNR pela prática de pequenos furtos e roubos.

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