Advogada da mulher de Luís Grilo renunciou à defesa de António Joaquim.
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Rosa Grilo continua a dizer que é inocente e o próximo passo poderá ser imputar responsabilidades a António Joaquim, o seu amante. A viúva do triatleta assegura que nada teve a ver com o homicídio e a prova recolhida pela Polícia Judiciária é de que o disparo que o matou terá sido feito precisamente pelo funcionário judicial.
Rosa Grilo e amante com versões contrárias sobre morte de triatleta
O CM sabe que esta quarta-feira mesmo a advogada que defendia António Joaquim renunciou à procuração, mantendo apenas a defesa da mulher. Que continua a ter o apoio não só da sua família, como também da família do marido que terá assassinado. O filho de 12 anos também já a visitou na cadeia.
A verdade é que a prova recolhida pela Polícia Judiciária não aponta que tenha sido ela a disparar. A arma era de António Joaquim e estava na casa do homem. Não foi recuperada a roupa usada no dia do crime que permitisse encontrar resíduos de pólvora. Há sim manchas de sangue invisíveis a olho nu na casa que indicam que foi ali que Luís Miguel foi assassinado. Mas nada garante, em termos de prova científica, que ela ali estivesse.
A tese de Rosa é no sentido de que não cometeu o homicídio. E se decidir acusar o amante e assumir apenas o encobrimento do cadáver incorre numa pena de multa. Nunca será condenada em pena efetiva.
O ‘volte-face’ na defesa também já era expectável. Foi através da recolha da arma que foi possível provar inequivocamente que foi aquela pistola que foi usada no disparo. A 7,65 estava legalizada e em nome do funcionário judicial. Não há qualquer indicação de que Rosa Grilo tivesse de facto disparado, o que será fácil para ela demonstrar que foi o amante quem o fez.
Saber agora se António Joaquim quer mudar de versão é fundamental. Está ainda na cadeia anexa à Polícia Judiciária e poderá ser novamente ouvido, para explicar se foi Rosa quem o mandou disparar.
PORMENORES
Seis meses para acusação
O Ministério Público tem agora seis meses para investigar e para deduzir acusação pública. Não há qualquer motivo para o caso ser declarado complexo.
Procurado por amigos
Luís Miguel Grilo foi procurado por amigos durante vários dias. A história de Rosa dita que ele tinha desaparecido após ter saído para treinar de bicicleta.
Telefone encontrado
O telemóvel de Luís Miguel Grilo foi encontrado dias depois na berma da estrada. Dava força à tese de que tinha sido um acidente.
Bicicleta não apareceu
A bicicleta, alegadamente usada por Luís Miguel Grilo, nunca apareceu porque a vítima não terá ido efetivamente treinar. A PJ garante que foi tudo uma mentira montada pelo casal.
Estava na cama a dormir
O homem estava na cama a dormir quando terá sido surpreendido. O MP diz que foi agredido à paulada e depois morto a tiro. Poderia estar nu, o que fez com que fosse encontrado nesse estado.
Zona de caça
O corpo de Luís Miguel Grilo foi abandonado numa zona de caça pelos homicidas. Foi encontrado por acaso por um morador que deu o alerta às autoridades. Foi de imediato identificado.
Casamento desfeito
O casamento de Rosa e Luís passava por um momento de crise. Amigos garantem que já não dormiam juntos.
Prisão preventiva para o casal
A medida de coação mais grave - prisão preventiva - foi aplicada ao casal, após terem sido interrogados. O tribunal entende que há indícios.
Podem recorrer para a relação de Lisboa
Os arguidos podem recorrer para a Relação de Lisboa e ainda requerer serem novamente ouvidos pelo juiz, para mudarem de versão.
Irmã de Luís Miguel Grilo já pediu custódia do sobrinho
A irmã mais velha de Luís Miguel Grilo, Júlia Grilo, já pediu a custódia do sobrinho. É com ela que a criança está neste momento e encontra-se a receber apoio psicológico. O menino já foi visitar a mãe, mas recusa que aquela seja a autora do crime. A família de Luís Miguel e também de Rosa - designadamente o seu pai - continua a apoiá-la.
O menino poderá agora constituir-se assistente na ação judicial e pedir mesmo uma indemnização, caso se prove que a mãe tem responsabilidades na morte. Poderá também pedir o acionamento do seguro, já que não teve qualquer responsabilidade no que aconteceu.
A decisão do que vai ser desencadeado no processo será tomada pela tia da criança que já constituiu advogado no caso investigado pela Polícia Judiciária de Lisboa.
O CM sabe que o menino deverá agora mudar de escola, já que terá saído do local onde vivia com a família e mudou-se para casa da tia - a quem chama de avó por ter sido ela quem criou o seu pai.
Saco em corpo tem ADN de Rosa
Uma das provas invocadas pela PJ foi o ADN de Rosa no saco que tapava a cara da vítima. Mas essa prova só demonstra que o saco foi tirado da sua casa, já que seria normal ser manuseado por ela.
Compra de tapete não foi explicada
O corpo foi retirado da casa depois de ter sido enrolado num tapete. Rosa não explicou depois porque comprou um exatamente igual e porque é que não estranhou o seu desaparecimento.
Recusa desde a primeira hora
Desde a primeira hora que o discurso de Rosa Grilo é confuso. Admitiu até que o marido tivesse sido raptado, mas negou sempre que tivesse qualquer envolvimento no homicídio de Luís.
Trabalhava no tribunal dos pequenos casos
António Joaquim, de 42 anos, era funcionário judicial no Campus de Justiça, em Lisboa – trabalha no Tribunal de Pequena Instância Criminal – e vivia na zona de Alverca. A relação entre os dois era discreta – apenas um ou outro comentário na rede social Facebook dá a entender que se conheciam. E nem os pais de Rosa nem os familiares de Luís Grilo, a vítima mortal, suspeitavam.
Abandonado em zona de famíliaO facto de o corpo ter sido abandonado perto de Avis, onde Rosa Grilo tem casa, pode ser entendido de duas formas: a mulher escolheu um local que conhecia e que sabia ser uma zona da passagem de animais ou então a localização foi determinada para a incriminar.
Seguro de 100 mil euros em caso de morte dá à PJ a motivação do crime
O facto de ter feito um seguro de vida de 100 mil euros dias antes do desaparecimento do marido dá à investigação da Polícia Judiciária o móbil para o homicídio. Esta será uma das provas cruciais que será alegada pela acusação quando o caso chegar a julgamento. Rosa terá de o explicar.
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