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Ria Formosa pode vir a ter sistema de videovigilância

Presidente da Câmara de Olhão está preocupado com a apanha ilegal de bivalves.

01 de setembro de 2019 às 10:57

A segurança na ria Formosa e nas ilhas-barreira - Armona e Culatra - foram dois dos pontos em destaque no debate realizado este sábado no âmbito da iniciativa Mar Seguro - organizada pelo CM com o apoio da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional.

A implementação de um sistema de videovigilância e um maior policiamento foram duas das soluções apontadas. "Falta maior segurança para tentar acabar com o saqueamento dos recursos naturais da ria Formosa, seja o mergulho ilegal, seja a apanha, também ilegal, de bivalves, como o lingueirão, o berbigão e o cavalo marinho, cuja população tem sido dizimada nos últimos anos", começa por alertar António Pina, presidente da Câmara de Olhão.

Como solução, o autarca admitiu a possibilidade de implementação de um sistema de videovigilância para controlar a ria Formosa 24 horas por dia. "Estamos disponíveis para financiar o projeto e trabalhar em conjunto com as autoridades, como a Polícia Marítima, que irá controlar o sistema", refere.

Outras preocupações são o aumento de embarcações de recreio e turísticas, assim como a falta de policiamento nas ilhas da Armona e da Culatra que, durante o verão, chegam a ter mais de 10 mil habitantes. "A segurança destas pessoas está assente num sistema muito ténue. A Capitania de Olhão tem feito um bom trabalho com os meios que tem, mas é preciso mais", afirmou o autarca.

O comandante da Capitania do Porto de Olhão, André Cardoso de Morais, confirma que há "um aumento significativo de embarcações de recreio" na ria Formosa, o que faz aumentar "o risco de haver um acidente".

O enfermeiro do INEM Vasco Monteiro destacou o papel da embarcação Ria Solidária, que tem "cerca de 200 ativações anuais" para prestar socorro às vítimas nas ilhas-barreira.

Barras assoreadas são preocupantes

Outra das preocupações levantadas durante o debate foi o assoreamento das barras da ria Formosa, que podem causar acidentes com embarcações de pesca e recreio quando atravessam os canais de acesso aos portos de pesca e marinas.

"A Docapesca tem feito um bom trabalho, mas isto é um trabalho de manutenção que deve ser constante. Não pode ser periódico ou esporádico porque os canais estão sempre a mudar devido à deslocação de areias", alertou Miguel Cardoso, da Olhãopesca. O autarca António Pina alerta que, durante a maré baixa, a barra do Lavajo "torna-se quase impossível de navegar".

Já Nuno Russo, da Formosa - Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa destacou como positiva "a construção da nova ETAR de Faro", que veio melhorar a qualidade da água da ria. Por outro lado, alertou para a necessidade de "controlo da quantidade" dos vários tipos de bivalves produzidos, uma vez que "há muitos viveiristas a ceder licenças a outras pessoas".

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