Sem indicar aos clientes que a contrataram para resolver um processo em que se diziam enganados pela construtora de um empreendimento de Sangalhos, uma advogada de Anadia resolveu falsificar as suas assinaturas, num documento que entregou ao tribunal. Em causa, estava um acordo entre as duas partes, celebrado perante uma juíza, mas que aconteceu sem que uma das partes fosse informada. Foi acusada de um crime de falsificação de documento.
O crime ocorreu em novembro de 2011. No acordo, a advogada agora arguida, acedeu a que os seus clientes fossem indemnizados em 15 mil euros, sem nunca os questionar. Ciente de que não poderia decidir nada sem a assinatura dos seus constituintes, a arguida prontificou-se a entregar ao tribunal um documento em que os proprietários das casas (que estavam descontentes com a empresa construtora) aceitassem tal acordo. Fabricou, então, um documento contendo as assinaturas e rubricas forjadas "por digitalização de imagem, decalque ou imitação", refere o Ministério Público de Águeda.
O documento falso foi introduzido a 9 de fevereiro de 2012 na plataforma Citius do domicílio da arguida, através da sua conta e palavra-passe. O esquema, que levou a que os autos fossem para arquivo, só foi descoberto porque um dos intervenientes consultou o processo e percebeu que não tinha assinado o documento.
O caso está agora à espera de marcação de uma data para a abertura da fase de instrução.