Francisca Laranjo
JornalistaAs alegações finais do julgamento do grupo motard Hells Angels arrancam esta terça-feira. Há 89 arguidos, que são acusados de tentativa de homicídio, tráfico de droga e associação criminosa.
Recorde-se que em 2018 o grupo de motards agrediu várias pessoas dentro de um restaurante no Prior Velho, em Loures. Devido aos confrontos, seis pessoas ficaram feridas, três das quais em estado muito grave. Os agressores provocaram também avultados danos no estabelecimento.
Na origem do conflito terá estado um ajuste de contas. Os "Hells Angels" tinham como alvo um grupo de cerca de 20 pessoas ligadas a Mário Machado, antigo dirigente da Frente Nacional, um grupo de extrema-direita. Ao que o Correio da Manhã conseguiu apurar, Mário Machado tinha criado um novo grupo de motards, os Red & Gold. Um grupo "irmão do clube internacional Los Bandidos que, desde a sua fundação em 1966, são arqui-inimigos dos Hells Angels. Naquele dia, os elementos tinham ido almoçar ao Mesa do Prior, na churrasqueira Brasa do Prior. Foram surpreendidos por homens de cara tapada e de capuz, que os começaram a agredir violentamente. Sabe-se que os funcionários e outros clientes que estavam no estabelecimento acabaram também por ser agredidos. Em fevereiro de 2019, dois membros do Grupo "Hells Angels" foram detidos no Algarve. Foram indiciados por associação criminosa, homicídio qualificado tentado, roubo, ofensas à integridade física graves, ofensas à integridade física qualificadas e detenção de armas proibidas.
Alegações finais para os 89 arguidos decorrem no Espaço Multiusos Fábrica em Camarate
As alegações finais para os 89 arguidos decorrem esta terça-feira no Espaço Multiusos Fábrica, em Camarate. Pelo menos dois dos suspeitos não estão presentes.
Os jornalistas assistem ao julgamento numa sala à parte onde é transmitido por videoconferência em direto.
Defesa de um dos arguidos quer a identificação de quem colaborou com a PJ no dia do ataque ao restaurante
Melo Alves, advogado de um dos arguidos, faz um requerimento. Quer averiguar se aconteceu alguma situação incorreta e saber quem estava na Polícia Judiciária.
Foi com base nas informações recolhidas por colaboradores que começou a investigação da PJ. Foi assim que tiveram conhecimento do local e hora do ataque.
O advogado de defesa cita o inspetor da PJ, Pedro Prata, que diz ter reconhecido esses colaboradores, mas recusou-se a identificá-los.
"A defesa quer a identificação desses colaboradores", diz Melo Alves.
Juiza recusa requerimento de anulação de prova numa câmara fixa
A Juíza Sara Pina Cabral recusou os requerimentos sobre a anulação de uma prova de uma câmara de vigilância e a nulidade do inquérito. Melo Alves alegou prova proibida numa câmara fixa.
A procuradoria referiu que a recolha de imagem de postos de combustível e o uso em julgamento trata-se de um procedimento normal em casos urgentes.
"A recolha de imagens estava autorizada por despacho judicial", diz a juíza.
Retomada a sessão
"Se desobedecerem aos Hells Angels podem ser vítimas de agressões": Procuradora recorda ameaças feitas pelos motards
O Ministério Público (MP) começa a apresentar as alegações. A procuradora relembra todas as provas, desde a documentação apreendida até as escutas.
"Os factos estão demonstrados e espelham a violência dos arguidos", reitera.
Foi feita uma prova com mensagens trocadas entre dois arguidos no WhatsApp e foi também apreendido material informático e uma agenda de um dos membros do grupo de motards.
"Se desobedecerem aos Hells Angels podem ser vítimas de agressões", foi uma das frases ditas a um outro presidente de clube de motards, recorda a procuradora.
A procuradora do MP refere que os Hells Angels são um grupo implementado em 2002 e aproveita para recordar as regras vinculadas, a simbologia associada e as decisões tomadas pelo grupo.
"Há uma escuta telefónica que representa os factos que estão em causa, que prova que estamos perante uma associação criminosa, de como o ataque foi organizado, de uma estrutura paramilitar", subinha.A procuradora recorda uma parte da conversa telefónica do
arguido Michel captada pela escuta onde, o mesmo, refere que "antes havia apenas um clube aqui. Agora há um idiota a criar outro. Nós temos um acordo e eles não podem abrir aqui, mas eles continuam. Nós avançamos, temos 100 homens, entraram e trataram daquilo".
"Vai haver mais ação para breve. Ação, reação".
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