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As vítimas e o relato do sobrevivente: O que já se sabe sobre o naufrágio em Troia

Vizinhos lamentam sucedido enquanto decorrem buscas por dois desaparecidos. Duas pessoas foram encontradas sem vida.

08 de abril de 2024 às 21:51
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Primeiras imagens mostram barco que engoliu quatro pessoas em Tróia

A manhã de domingo foi trágica para quatro pessoas que seguiam num barco de recreio, em Troia. Até ao momento apenas foi resgatado um tripulante com vida; duas pessoas foram encontradas mortas e outras duas seguem desaparecidas.

Francisco Neves era o mais novo dos tripulantes, tinha apenas 13 anos e pescava com o pai, Ricardo Neves. O corpo da criança já foi recuperado, sem vida.

O naufrágio

O barco terá naufragado pelas 7h00, mas o alerta só chegou às autoridades por volta das 10h00. timoneiro da embarcação 'Lingrinhas', um homem com 62 anos, foi o primeiro a ser retirado da água. Mais tarde, por volta das 14h20, foram retirados da água os corpos das duas vítimas mortais.

Um dos corpos foi localizado pela Lancha da Polícia Marítima e o helicóptero da Força Aérea avistou o outro, ambos os corpos estavam perto da embarcação que naufragou.

Francisco Neves, de 13 anos, uma das vítimas mortais, tinha ido à pesca com o pai, Ricardo Neves.

Segundo a Autoridade Marítima Nacional, na embarcação ia um homem com cerca de 45 anos (José) e o filho de 13 anos (Francisco) e dois jovens.

Os moradores de Grândola lamentam o sucedido com muita emoção e falam numa "tragédia muito grande".

Filho pediu para ir à pesca

Francisco, vítima resgatada, terá pedido ao pai - que tinha ido para o mar no sábado - para ir com ele pescar. O pai voltou a Troia no dia seguinte e levou, além do filho, os irmãos Gabriel e José.

A embarcação que tinha sido usada no sábado não tinha lugar para Francisco, daí o impedimento de seguir para o oceano nesse dia.

O menor foi resgatado com colete salva-vidas, no domingo. A outra vítima resgatada não o usava.

Investigações ao sucedido abertas

A investigação às mortes está a cargo da Polícia Marítima de Setúbal e foi comunicada no domingo ao Ministério Público, para a remoção dos corpos e realização de autópsia.

A abertura de um inquérito por acidente marítimo foi feita esta segunda-feira pelo capitão do Porto de Setúbal, comandante Serrano Augusto.

Relato do único sobrevivente resgatado 

O timoneiro da embarcação que naufragou revelou que o mar "cresceu muito" e que uma onda terá virado a embarcação. Sublinhou que assim que o barco se afundou, deixou de ver as outras quatro pessoas.

O homem explicou que o acidente se deu muito rápido e que não teve tempo de fazer nada. Acrescentou que não conhecia os tripulantes, que iriam fazer pesca desportiva.

Corpos já reconhecidos

Os dois corpos já recuperados da tragédia ao largo de Tróia, em que um barco de pesca desportiva virou, estando desaparecidas duas pessoas, já foram reconhecidos pelas famílias.

Tratam-se de Francisco Neves, de 13 anos, e de Gabriel Caeiro.

Bispo reza pelas vítimas

O bispo de Setúbal, cardeal Américo Aguiar, reagiu ao naufrágio ao largo de Tróia. O cardeal disse que as "orações" estão com as famílias dos desaparecidos.

"Ao tomarmos conhecimento do naufrágio desta manhã, ao largo de Tróia, as nossas orações estão em comunhão com os náufragos, com as suas famílias e com os vários agentes das autoridades de segurança, proteção civil e bombeiros. Que Maria, Senhora de Tróia, Senhora da Arrábida, interceda junto do seu filho, Senhor do Bonfim, pelo resgate destes nossos irmãos", afirmou o bispo de Setúbal.

Buscas com muitos meios

As buscas pelos tripulantes que continuam desaparecidos foram retomadas esta manhã, na Praia Atlântica. No local estiveram meios da Polícia Marítima e da Marinha Portuguesa, com lanchas, drones e navios.

A operação foram suspensas na noite desta segunda-feira e, na terça-feira, serão alargadas "oito milhas náuticas", disse a Polícia Marítima, citada pela Lusa.

As buscas por mar, terra e ar serão retomadas na terça-feira, indicou o capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto, adiantando que o perímetro vai ser alargado.

"Vamos alargar um bocadinho mais as buscas para as oito milhas náuticas, ou seja, cerca de 15 quilómetros, tanto para norte, como para oeste da posição" em que está sinalizado o naufrágio da embarcação, precisou.

Esta decisão foi tomada porque, nos trabalhos efetuados até ao momento, "não houve relatos nenhuns de avistamentos, nem pelo pessoal envolvido nas buscas, nem por outras embarcações que navegam na zona", justificou.

Assim, na terça-feira, "aos primeiros alvores do dia, às 7h30", a operação vai ser reiniciada e deverá abranger uma zona "até ao sul da Praia da Comporta". O navio patrulha da Marinha NRP Viana do Castelo vá ser substituído pelo NRP Sines, indicou.

"Vamos contar com uma lança salva-vidas, um veículo todo-o-terreno, para percorrer o areal, e dois drones, um da Autoridade Marítima Nacional e outro do Centro de Experimentação Operacional da Marinha, que se vão revezar", assinalou, referindo que estes meios envolvem o empenhamento de elementos da Polícia Marítima, da AMN e da Marinha Portuguesa.

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