Autarcas pedem alargamento do prazo devido à chuva e por falta de mão de obra.
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A falta de mão de obra e agora a chuva que tem caído todos os dias - e que se prevê continue pelo menos por mais uma semana - está a atrasar os trabalhos da limpeza das matas e dos terrenos florestais junto a habitações e parques industriais. Tendo em conta este cenário, vários autarcas da região Centro apelam ao Governo para dilatar os prazos previstos no decreto de lei que obriga os proprietários e as autarquias a executar os trabalhos.
Porque "não se pode fazer em pouco meses aquilo que não foi feito em 40 anos", os autarcas contactados pelo Correio da Manhã consideram "imperioso" que o Governo altere as datas estipuladas, apelando também à GNR que seja "muito tolerante" para com as pessoas que têm vontade de limpar as matas e não têm gente para o fazer.
"O Governo tem que ser flexível para este problema. Não se pode fazer um trabalho desta dimensão em poucas semanas. Todos sabemos como está a nossa floresta. Temos a noção que a limpeza tem que ser feita mas não com esta rapidez. É impossível as pessoas cumprirem a data de 15 de março", referiu esta quinta-feira ao CM Leonel Gouveia, presidente da Câmara de Santa Comba Dão, um dos concelhos mais fustigados pelos incêndios de outubro.
A mesma posição tem Vítor Figueiredo, presidente da Câmara de São Pedro do Sul, um dos concelhos com maior mancha florestal: "As pessoas querem cumprir a lei e as determinações do Governo, só que não conseguem. Não há gente disponível para trabalhar na limpeza das matas e os proprietários estão a ficar apreensivos. A chuva veio atrasar ainda mais o trabalho", reconhece o autarca, apelando ao Governo "para que seja sensível à preocupação das pessoas e também das autarquias que não têm funcionários para executar a tarefa que lhes está atribuída".
"As condições criadas não são suficientes, nem com todo o dinheiro do Mundo conseguiríamos contratar meios humanos e materiais para dar resposta às necessidades do País", disse ao CM o presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, propondo que os desempregados possam ajudar, recebendo formação na área de sapadores.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, também entende que "o prazo dado pelo governo é manifestamente curto e deve ser prolongado".
É obrigatório criar faixas de proteção
Nos meios rurais e florestais, os proprietários dos terrenos têm de cortar ervas, arbustos e árvores que não sejam de fruto, criando faixas de proteção em torno das habitações, aglomerados e estradas.
Copas das árvores afastadas 10 metros
Os pinheiros ou os eucaliptos que estejam a menos de cinco metros das casas têm de ser cortados. Numa distância de 50 metros, as copas dos pinheiros e eucaliptos devem estar afastadas 10 metros.
Mais concelhos de grande risco
O Governo acrescentou mais sete municípios à lista de autarquias "consideradas com elevado grau de perigosidade de ocorrência de calamidades naturais". Nesses locais, no seguimento de uma resolução do Conselho de Ministros, podem ser celebrados em "condições especiais" contratos entre a Infraestruturas de Portugal e os operadores de comunicações eletrónicas, para ‘enterrar’ as linhas atualmente aéreas.
Recorde-se que o socorro foi dificultado nos incêndios florestais de junho e de outubro do ano passado - que provocaram pelo menos 112 mortos - porque as linhas de comunicações aéreas arderam. Relatórios recomendaram o uso dos canais técnicos rodoviários, a cargo da Infraestruturas de Portugal.
O Governo, no despacho do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, adverte que "poderão ainda vir a ser identificados outros concelhos com elevado grau de perigosidade". Os sete agora acrescentados são no Pinhal Interior.
Autarca recolhe panfletos por terem erros
O presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, está a recolher e não vai distribuir os panfletos do Governo sobre a limpeza das florestas, por conterem "erros", serem "imprecisos" e "baralharem" as pessoas. Por exemplo, não especifica que as árvores de fruto não precisam de ser cortadas, nem refere que o prazo para limpar o mato junto dos aglomerados se prolonga até fim de abril.
Chuva depois do fogo causa mais danos
Depois dos incêndios, agora é a chuva intensa que está a causar prejuízos às populações, sobretudo nas aldeias, atrasando a limpeza dos terrenos e causando deslizamento de terras que danificam os sistemas de água. "Depois dos fogos temos de fazer face aos danos colaterais provocados pela chuva", salienta José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara de Oliveira do Hospital.
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