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Disse ao filho de 12 anos que lhe ia matar a mãe

O Tribunal de Ourém ouviu ontem o testemunho de Ruben Silva, de 12 anos, cuja mãe foi morta a tiro pelo pai, em Fevereiro deste ano, em Vilar dos Prazeres, concelho de Ourém. “Naquele dia, o meu pai disse-me que ia matar a minha mãe e que um dia eu ia perdoá-lo”, contou o menor.

13 de dezembro de 2007 às 00:00

Pedro Silva, de 38 anos, é acusado de homicídio qualificado de Márcia Silva, 27 anos, com quem viveu maritalmente durante 11. O casal, com cinco filhos menores, estava separado há um ano. Em prisão preventiva, o arguido está ainda a ser julgado pelos crimes de ameaças continuadas e posse de arma proibida.

“Eu amava-a. Foi uma hora de desespero. Não a queria matar. Só marcá-la e assustá-la”, disse ontem Pedro Silva, afirmando que depois de disparar quatro tiros sobre a ex-companheira, com uma pistola de alarme adaptada a 6.35mm, se tentou suicidar mas a arma não disparou. Os projécteis atingiram Márcia no coração, tórax e num braço.

“Fechei os olhos e disparei para a porta do carro”, disse o arguido, alegando “amor e ciúmes”.

O crime remonta a 7 de Fevereiro, dia em que Pedro, à data residente em Mafra, terá decidido visitar os filhos que estavam à guarda da ex-companheira. Antes foi buscar uma arma que tinha escondido “num buraco de uma oliveira” na localidade de Regato, em Ourém. Passou o dia com Márcia, a quem terá feito ameaças.

“Estava a chegar a casa e vi os meus pais no quarto. Ele estava a dizer à minha mãe que aquela arma era para a matar”, disse a criança à juíza, acrescentando: “A minha mãe sempre teve medo dele.”

“Quando lhe disse que tinha a arma, ela pôs-me na rua”, referiu o arguido, contando que depois voltou atrás para se despedir dos filhos.

Márcia alertou entretanto as autoridades e saiu com a mãe para ir apresentar queixa à GNR. Quando regressava a casa foi morta a tiro, estando ainda dentro do carro que acabara de estacionar.

“Agora é que te vou matar. Só sais daqui morta. Não és para mim, não és para mais ninguém”, terá dito Pedro antes de acabar com a vida da ex-mulher.

CONFESSOU

Depois de ter assassinado a ex-mulher, Pedro Silva fugiu e abandonou a arma ilegal num pinhal. Acabou por confessar tudo uma hora depois, telefonando para a GNR de um café.

COMPRAS

No dia do crime o arguido demonstrou um comportamento “delicado e atencioso”. Foi com Márcia às compras para a casa e para os filhos e pagou a despesa, chegando mesmo a oferecer um ramo de flores à ex-mulher.

ARREPENDIMENTO

Pedro Silva repetiu ontem em tribunal que amava Márcia Silva e que terão sido os ciúmes a motivar o crime. O arguido disse estar “muito arrependido” do que tinha feito.

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