page view

"Lamento imenso o sucedido", diz senhorio sobre mortes de jovens em quarto alugado em Aveiro

João Loura, de 64 anos, ilibou a companheira, Goreti Gomes, de qualquer responsabilidade no processo.

30 de outubro de 2025 às 16:45

"Lamento imenso o sucedido com essas pessoas (...) Não considero isto um ato de culpabilidade". João Loura, de 64 anos, começou o depoimento no Tribunal de Aveiro lamentando a tragédia que ocorreu entre janeiro e fevereiro de 2019. Em menos de um mês, dois jovens morreram e um terceiro ficou em estado grave por inalação de monóxido de carbono devido a um esquentador mal instalado num quarto arrendado. 

No ano passado, João e a companheira Goreti Gomes, senhorios da casa, tinham já sido condenados a 2 anos de prisão com pena suspensa por dois crimes de homicídio por negligência e um crime de ofensas à integridade física também por negligência. Após um recurso interposto pelas famílias das vítimas, o Tribunal da Relação ordenou a repetição do julgamento.  

Esta quinta-feira, o arguido ilibou a companheira de qualquer responsabilidade no processo. João explicou depois que confiou nas pessoas a quem comprou os três esquentadores, mas não conseguiu identificar os responsáveis pela instalação. "Quando contratei as pessoas para fazer a instalação confiei plenamente no trabalho deles, porque me certificaram que estava em ordem. A partir desse momento, fiquei descansado", disse. 

Quando contratei as pessoas para fazer a instalação confiei plenamente no trabalho deles, porque me certificaram que estava em ordem. A partir desse momento, fiquei descansado
João Loura

Arguido

Na sala de audiência, o homem destacou também que no quarto onde ocorreram as mortes já tinha sido ocupado por várias pessoas, incluindo os próprios arguidos, e nunca tinha acontecido nada até ao dia 26 de janeiro de 2019. Frisou ainda que após a primeira morte não foi alertado para o problema com o esquentador. "Se tivéssemos sido informados, nada disso teria acontecido (...). Só soubemos da causa da morte quando a Polícia Judiciária nos chamou e nos constituiu como arguidos", afirmou em tribunal. 

Só soubemos da causa da morte quando a Polícia Judiciária nos chamou e nos constituiu como arguidos
João Loura

Arguido

O arguido, de 64 anos, garantiu ainda que, à data dos factos, relacionou as mortes dos jovens ao consumo de droga. No que diz respeito, ao jovem que ficou em estado grave indicou ter associado a situação clínica à falta de alimentação e uso de medicação para emagrecer.

Na sala de audiência, o homem foi advertido pela juíza-presidente, em mais de uma ocasião, por ter levantado a voz e falado por cima do procurador do Ministério Público. 

Nesta sessão, a arguida Goreti Gomes alegou não ter estado envolvida no arrendamento e nas obras da casa.

As mães das vítimas mortais foram também ouvidas e relataram o sofrimento que viveram após a morte dos filhos. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8