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Artigo exclusivo

Lanchas são lucrativo negócio de vida e morte

Redes contam com logística que coloca em alto-mar combustível a 1000% o preço das ‘bombas’, mantimentos, roupa e, até, prostitutas. Começam a aparecer com armas de guerra nos desembarques.

06 de outubro de 2025 às 01:30

Das 52 lanchas rápidas de tráfico internacional de haxixe e cocaína que uma investigação da GNR viu, entre 2022 e este ano, serem colocadas na água (“a nado”) no rio Tejo, apenas cinco acabaram mais tarde apreendidas. E isso tem uma explicação. “A maioria não regressa a terra. Passam meses no mar, beneficiando de ‘estações de serviço’ que as redes mantêm em águas internacionais. Acabam por ser afundadas ou arrojadas quando avariadas”, explicou ao CM fonte da PJ. Nesses pontos, a cerca de 80 milhas náuticas (150 km) da costa Sul de Portugal e de Espanha, no Atlântico ou Mediterrâneo, têm abastecimento de combustível (daí serem apreendidas pela Polícia Marítima e pela GNR tantas ‘voadoras’ com jerricãs, as ‘narcogasolineiras’), entregas de mantimentos, tendas, fogões, ferramentas e mecânicos, tintas especiais ou eletrónicos para iludir os radares das polícias, carregadores de telemóveis, roupa para o mar e, para as tripulações que passem mais de uma semana ‘em missão’ - são frequentemente rendidos em lanchas no mar alto, para onde regressam após cada desembarque -, as polícias já descobriram a entrega de prostitutas. Houve casos em que aviões P3 da Força Aérea detetaram, a sul do Algarve, doze lanchas lado a lado.

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