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Líder de grupo criminoso detido em Sintra por associação criminosa

Cidadão estrangeiro, de 50 anos, já tinha sido condenado a 18 anos de prisão por sequestro e extorsão.

12 de outubro de 2023 às 17:54

Um cidadão estrangeiro, de 50 anos, líder de um grupo criminoso com células em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Ucrânia e Moldávia, foi detido, esta quinta-feira, no concelho de Sintra, pela Polícia Judiciária, no âmbito da investigação 'Three Strikes', por crimes de falsificação de documentos, associação criminosa, fraude fiscal, contrabando transnacional de tabaco e violação de interdição de entrada em Espaço Schengen.

A organização criminosa, que liderava, detinha um armazém em Ourense, Espanha, onde funcionava uma fábrica ilegal de cigarros da marca Marlboro, usando mão de obra ilegal.

Segundo um comunicado das autoridades, desde 2002 que o detido sob mandado de detenção europeu, "era já conhecido pelas autoridades portuguesas, pelo nome de ‘Borman’, como líder de um grupo criminoso que angariava cidadãos oriundos sobretudo da Ucrânia e Moldávia. Estes eram trazidos para Portugal onde, supostamente, lhes era prometido trabalho e melhores condições de vida. Durante o percurso até ao nosso país, em carrinhas, os imigrantes eram regularmente intercetados em bombas de combustíveis por elementos da rede, já acordadas com os motoristas, e extorquidos ao longo da viagem, mediante ameaças e violência que, muitas das vezes, se concretizava".

Os imigrantes, recém-chegados a Portugal, perdiam acesso aos seus pertences, documentos e dinheiro, ficando à mercê da rede criminosa. Os homens aguardavam colocação em obras de construção civil, e as mulheres obrigadas a trabalhar em casas de alterne e de prostituição.

"Aqui, eram obrigados a pagar, sob ameaças e agressões, metade do seu ordenado sob o pretexto de uma alegada proteção contra outros mafiosos", diz o comunicado.

O arguido já tinha sido condenado pelo Tribunal de Cascais, em maio de 2002, a 18 anos de prisão, por associação criminosa, sequestro, extorsão, detenção de arma proibida, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos. Em 2018, foi também condenado num outro processo a oito anos de prisão, por falsificação de documentos, com pena acessória de expulsão pelo período de 10 anos, com interdição de entrada em Portugal, a qual violou.

Na sequência da operação foram apreendidos vários documentos falsificados, 55 mil euros em numerário e duas viaturas.

O detido será agora presente ao Tribunal da Relação competente para "ulteriores trâmites processuais".

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